Esta mensagem é um convite especial para você, pessoal e intransferível,
mas totalmente compartilhável e ampliável (isso significa que você pode levar
quem você quiser e também passar adiante este chamado).
Ocorre o seguinte fato: apesar de todas as dificuldades e
perrengues, tudo indica que vou completar seiscentos quilômetros antes mesmo do
dia de meu aniversário de sessenta anos. A etapa final será neste domingo, dia
12. A partir das 9h30 estarei em frente ao prédio da Gazeta (avenida Paulista, 900);
às 10h, parto para uma volta de cinco quilômetros na Paulista. Será um prazer e
uma honra ter a sua companhia nesse momento de alegria e conquista. Se não
quiser correr nem caminhar, leve seu abraço amigo.
Não foi fácil chegar até aqui. Não está sendo fácil. Ainda
não posso correr nem sequer um quilômetro direto –talvez seja capaz, mas o
médico e o treinador não recomendam nem liberam. Todo o cuidado é pouco para
propiciar ao corpo as condições necessárias para a regeneração de uma fratura
por estresse no fêmur esquerdo.
Essa maldita me pegou bem quando eu estava afinando o
planejamento para colocar no ar este projeto jornalístico-esportivo e cultural,
que usa a corrida como ferramenta para discutir questões de saúde, qualidade de
vida e inserção social dos maiores de 60 anos. Por causa dela, seria impossível
fazer o programa tal e qual eu havia planejado.
Então modifiquei o programa. Comecei no dia 14 de novembro a
perseguição aos seiscentos quilômetros. Como não podia correr, caminhava o
quanto me permitia o médico –minguados três mil metros por dia durante um mês;
depois um pouquinho mais de cada vez.
Correr mesmo só comecei neste ano, de forma absolutamente
contida e calculada: blocos de 300 metros de corrida por 700 metros de
caminhada. Hoje já faço, em alguns dias, blocos de 500 metros correndo por 500
metros caminhando –é deste jeito que vou completar a etapa final na avenida
Paulista.
Por causa dessas limitações, cada nova manhã chegava com
incerteza e insegurança. Durante 81 dias, fiquei sempre abaixo da meta
prevista, apontada num belo gráfico criado especialmente para o projeto por
Edgard José dos Santos, 69, veterano corredor e diretor da Corpore.
Só a dois de fevereiro, Dia de Iemanjá, a soma de meus
esforços enfim não apenas alcançou a meta como superou a meta. Fiquei muito
satisfeito, bati no peito como Tarzan, fiz uh-hú em silêncio contido e segui em
frente.
Para muitos corredores, o exercício que venho fazendo pode
ser pouco. Para outros, pode parecer impossível. Para mim, é um desafio, uma
jornada inédita. Não quebro recordes nem me transformo em primeiro de coisa nenhuma,
mas saio a cada dia para mandar um recado para o mundo: estou aqui, vivo, ativo
e operante.
E tentando dar algum tipo de contribuição para o debate
sobre a situação dos mais velhos em nossa sociedade.
Feliz da vida depois de um treino de corrida e caminhada no parque Ibirapuera |
Tenho ouvido lideranças sindicais, médicos,psicólogos, atletas,
especialistas os mais diversos –e não especialistas também—que contam suas histórias,
apresentam suas análises, colocam na mesa suas sugestões para que melhore a
vida dos maiores de sessenta anos.
Também meto minha colher torta no assunto, além de trazer
minhas impressões sobre o que rola no mundo.
Nestes três meses, ajudei a organizar uma CORRIDA FORA TEMER
e realizei vários treinos em homenagem a lutadores pela democracia, como Ísis
Dias de Oliveira e os mártires da Chacina da Lapa.
Chorei com o Brasil e o
mundo as mortes de Fidel, de dona Marisa Letícia Lula da Silva e do time da
Chapecoense. E me alegrei com as vitórias do Grêmio e a conquista do penta da
Copa do Brasil.
É o que pretendo continuar a fazer neste espaço, nas ruas e
avenidas do Brasil e do mundo, nas trilhas e praias do planeta.
Afinal, o desafio
que se encerra neste domingo, a esperada conquista dos seiscentos quilômetros
aos sessenta anos, é apenas uma etapa de minha jornada de entrada no mundo da
velhice.
As corridas e caminhadas prosseguem ao longo deste ano em
que completo sessenta anos. Até o final de 2017, pretende percorrer distância
equivalente à de sessenta maratonas –2.532 quilômetros, dando de lambuja uns
metrinhos a mais.
Espero continuar tendo sua companhia durante toda esta
jornada.
VAMO QUE VAMO!!!
Percurso de sete de fevereiro de 2017
10,04 km percorridos em 1h57min06
Acumulado no projeto 600 aos 60
566,48 km percorridos em 112h58min44
Acumulado no projeto 60M60A
343,28 km percorridos em 65h59min51
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