Antes de começar o texto de avaliação do mais novo calçado
de corrida da maior fabricante de equipamentos esportivos do mundo, permita-me festejar com você: completei hoje
percurso equivalente –de fato, superior—ao de dez maratonas somadas e empilhadas.
Faltam, portanto, outras cinquenta para a consecução de meu projeto 60
MARATONAS AOS 60 ANOS. Fique comigo, chegaremos lá.
Já há mais de quinze dias venho me dedicando a testar o mais
recente modelo da família de tênis de corrida Vomero, da Nike. A fabricante
norte-americana apresenta o calçado como
“indicado para treinos longos, de velocidade e progressão”.
Diz ainda que o modelo 12 dessa linha apresenta “equilíbrio
perfeito entre suporte adaptativo e amortecimento responsivo”, seja lá o que se
possa entender desta última característica. Mas deve ser muito mega blaster,
porque contribui para fazer do tal calçado um dos mais caros modelos de corrida
da Nike, custando cem reais a mais do que os tênis da linha Pegasus, que
considero os melhores que a empresa fabrica.
Acompanho a evolução da linha Vomero desde a década passada.
Uma das avaliações que fiz integrou reportagem de página inteira publicada no
caderno “Vitrine”, da “Folha de S. Paulo”, em 2007.
Tive oportunidade, nos últimos dez anos, de testar várias
edições dessa família. De modo geral, apenas consolidei a opinião emitida
inicialmente, de que o tênis era muito confortável, mas fofo demais para ser
confiável.
Ainda que oferecendo ótimo amortecimento, faltava-lhe
estrutura, firmeza. Correr com ele em descidas acentuadas foi um risco nas
várias oportunidades em que fiz testes com o Vomero nos últimos anos –foi uma
das observações que fiz no texto publicado na “Folha”, por sinal.
Por tudo isso, a experiência dos últimos dias com o Nike Air
Zoom Vomero 12, que é o nome completo do modelo atual da família, tem sido surpreendente.
A fofura está lá, como esperado, assim como o conforto geral
e a largura aceitável na parte da frente do pé (podia ser melhor), dando ao
Vomero 12 uma aparência geral que inspira confiança para corredores mais
pesados, como é o meu caso.
Agora, porém, diferentemente do que ocorreu com os modelos
que testei anteriormente, a confiança não se esfumaça quando a gente calça os
tênis e caminha ou corre ladeira abaixo. A fofura do Vomero agora está mais
sustentada por uma estrutura mais firme do que a vista em modelos anteriores, o
que faz do 12 o melhor de sua família que já passou pelos meus pés.
Das caminhadas e corridas que fiz com o novo modelo dessa
linha de bom amortecimento, só tenho elogios a fazer. O tênis é bem confortável
e macio, com amortecimento extra na parte da frente do pé –coisa que, ao que eu
saiba, foi lançada na década passada pela linha Dyad, da Brooks, que eu adorava.
Independentemente de quem tenha sido o “pai” dessa
construção, acho ótimo que mais modelos de calçados de corrida tragam amortecimento
na área do antepé, que sofre bastante nas corridas (o Pegasus mais recente
também apresenta essa carecterística).
O fato de só ter elogios para o desempenho do Vomero 12 não
significa que ele não apresente problemas. O principal me parece ser um vício
da construção dos calçados Nike em geral: a falta de largura no antepé. Não são
tão afilados como costumam ser os calçados da Adidas, mas carecem de amplitude.
O tênis que experimentei estava ótimo no meu pé, mas isso
talvez seja porque fiz os testes com o tamanho 12, quando em geral uso 11,5
(numeração norte-americana). Isso pode ser indicador da modéstia das proporções
do molde do Vomero. Se você decidir comprar um, sugiro que experimente um
número maior do que o que costuma usar.
Longe de ser um modelo minimalista, o Vomero 12 é um calçado
grandalhão para corredores grandes. O custo
também é de amplas proporções: R$ 599,90 é o preço de lista, mas dá para
encontrar por menos pela internet.
Sua sola é grossa, sendo um centímentro mais alta no calcanhar
em relação à parte da frente (drop de 10 mm). Pesa 334 gramas (42, masculino),
cerca de dez por certo a mais do que o Pegasus mais recente. Nos testes, não
senti diferença.
Em resumo, o novo modelo pode ser saudado como um avanço e
melhoria na linha. Tomara que siga nessa passada.
VAMO QUE VAMO!!!
Percurso do dia 19 de fevereiro de 2017
7,66 km percorridos em 1h30min09
Acumulado no projeto 60M60A
422,74 km percorridos em 80h07min17
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