26.7.16

Fora, Costa e Silva!! Fica, Jango!!




Um intrépido e trepidante grupo de corredores e caminhantes democratas e patriotas realizou na noite deste dia 25 de julho de 2016 o PRIMEIRO TREINO LIVRE NO ELVADO PRESIDENTE JOÃO GOULART.

Fazendo o que gostamos, afirmamos a luta pela legalidade em nosso país, mais uma vez ameaçada hoje em dia, como ocorreu em 1964, quando Jango foi apeado do poder por golpe militar.

Turminha reunida antes de começar a caminhada/corrida -- Fotos Eleonora de Lucena


Nosso treino noturno foi tão pioneiro quanto a iniciativa da Prefeitura de São Paulo, eliminando de ruas e obras viárias nomes vinculados à ditadura, ao golpismo e ao mais raso entreguismo da Nação.

Falo pioneiro com absoluta fidelidade aos fatos. Essa foi a primeira mudança de nome de rua em São Paulo –no caso, de um elevado—aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Fernando Haddad, do PT.

A assinatura da lei foi feita em ato público na manhã de segunda-feira, com a presença de diversos representantes de movimentos populares e associações de memória.

À noite, a comemoração foi do povo –ou, pelo menos de uma parcela do povo que gosta de correr pela liberdade. E o nosso foi o primeiro treino coletivo no elevado, ainda que o local tenha recebido muitos outros corredores avulsos.

Tudo isso se refere ao monstrengo viário e arquitetônico conhecido como Minhocão.

Foi idealizado e construído no final da década de 1960 pelo então prefeito biônico Paulo Maluf. Inaugurada em 25 de janeiro de 1975, a obra consumiu trezentos mil sacos de cimento, sessenta mil metros cúbicos de concreto e duas mil toneladas de cabos de aço. Em alguns pontos, passa a menos de cinco metros das janelas dos vizinhos.

Áulico dos ditadores, Maluf batizou o Minhocão de Elevado Presidente Costa e Silva, homenagem ao general que comandou o Brasil em um dos períodos mais sangrentos da ditadura –ele é a triuste figura que assinou o AI-5, expressão jurídica do abuso e da violência contra o cidadão.

Pois apesar de a ditadura já ter sido derrotada há mais de 30 anos, até agora persistem homenagens a figuras envolvidas nessa ação lesa-pátria.

Por isso, há que aplaudir a iniciativa paulistana de jogar fora o nome de Costa e Silva e homenagear o patriota João Goulart  -além de tudo, gaúcho de São Borja.


Foi o que fizemos, à nossa maneira.

Pouco depois das nove da noite já estávamos em um pequeno grupo, esperando a hora de o elevado recém-batizado abrisse as portas para o povo –às 21h3o o trânsito é interrompido, e o Minhocão vira um enorme parque popular.

Claudinha e Nita, que já haviam participado de etapas da nossa querida CORRIDA POR MANOEL, foram as primeiras a chegar, logo trazendo com elas um colega radialista, parceiro de treinos.

O engenheiro Jurivaldo Santos, que mora em Jarinu, estendeu seu dia em São Paulo para nos dar a satisfação de sua presença. Ele é apoiador de um grupo chamado Mães pela Inclusão, muito bacana. E o grande escritor e jornalista Luiz Claudio Duarte também disse presente! (aliás, mancheteiro de primeira, foi ele quem criou o título deste artigo).

Duarte começou a passo, ao lado de Eleonora de Lucena, autora de um formidável artigo sobre a conjuntura atual – para ler o texto, clique AQUI. Nós outros partimos em ritmo de corrida brincante.

Não sem antes tirarmos a histórica foto com a bandeira nacional –na verdade, uma canga, a mesma com que me esquentei depois de uma ultramaratona na maior praia do mundo, no Rio Grande do Sul ...

 Numa noite muito agradável, as conversas foram muitas. Fiquei impressionado e revoltado ao saber que, nos grupos de corrida, corredores democratas e patriotas vêm sendo discriminados por gente enganada pelos golpistas.

Em algumas assessorias esportivas, quem se manifesta contra o golpe é simplesmente banido dos grupos internéticos. Gente, menos!! Os golpistas não se dizem democratas? Pois que enfrentem o contraditório.



Nossa corrida teve pouco mais de cinco quilômetros, o que já me deixou esfalfado por causa do ritmo que os companheiros resolveram imprimir. Eles deveriam respeitar um velhinho quase sexagenário, mas, nada!!

Bueno, eu ia até escrever mais um pouco, mas vou parar por aqui mesmo, usando como encerramento uma fala do já citado Duarte:

Caminhar sobre o novo elevado João Goular foi uma celebração, mais um ato simbólico do paulistano no sentido de superar essa obra que exalta a engenharia bruta e um regime sanguinário, responsável pelo AI-5, mortes e perseguições. A cada ano que passa o paulistano expressa um novo modo de ver e usar o elevado. Fora, Costa e Silva! Fica, João Goulart, para sempre!

Que beleza!!!!







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Bueno, terminei o meu texto, mas ficam ainda algumas observações, avisos e outras coisas.


1. Fique atento, pois vamos prosseguir nos encontros dos corredores patriotas e democratas. Se você tiver sugestão de caminho ou evento, mande aí e a gente conversa. Pela legalidade! Contra o Golpe! Pela Pátria!


2. A mudança de nome do elevado faz parte de um projeto chamado Ruas da Memória, implementado pela Coordenação de Direito à Memória e à Verdade, da Secretaria Municipal dos Direiros Humanos e da Cidadania.

Ao saber de nosso PRIMEIRO TREINO LIVRE NO ELEVADO PRESIDENTE JOÃO GOULART, Dyego de Oliveira, assessor da coordenação, mandou uma simpática mensagem para mim. Ela vai reproduzida a seguir:
Olá, Lucena!

Genial a ideia de fazer a corrida no elevado pra marcar a data! Parabéns!

Sobre a mudança dos nomes estas são realmente as primeiras. Como a Carla disse já temos outros PLs tramitando na câmara para fazer a alteração de outros nomes e um em vias de ir para lá resultado de uma mobilização recém-realizada na zona norte. O mais interessante desta última é que lá nós fomos convidados pelos coletivos da região que já estavam se mobilizando para mudança do nome, nos parâmetros do Ruas de Memória. Quer dizer que nossos objetivos de territorializar o debate e envolver as comunidades estão acontecendo não necessariamente por nossa iniciativa, o que é incrível. É a cidade se apropriando do programa e da discussão deste tema.

Atualmente estão tramitando na câmara os PLs 410 e 411 de 2015, enviados à câmara no dia de lançamento do programa Ruas de Memória, e o PL 193 de 2016.

O PL 410/2015, de autoria do executivo, introduz alterações na lei de logradouros de 2013 vedando a denominação de logradouros públicos com nome de pessoas que tenham cometido crime de lesa-humanidade ou atuado em graves violações aos direitos humanos, bem como relacionado a fatos, eventos ou datas alusivas a essas ocorrências.   

Na esteira do PL 410/2015 enviamos também o PL 411/2015 que prevê a alteração do nome do viaduto 31 de Março, na região do Pq. Dom Pedro, para Viaduto Therezinha Zerbini, lutadora pela Anistia. A aprovação deste PL depende da aprovação do 410/2015 já que datas alusivas a estes movimentos não estavam contempladas como motivo de alteração na legislação corrente.

Já o PL 193/2016 de autoria da vereadora Juliana Cardoso, altera a denominação da Rua Doutor Alcides Cintra Bueno Filho, na Vila Amália, para Rua Zilda Arns, fruto de mobilização do Ruas de Memória com os moradores em novembro passado.

Como disse lá em cima teremos logo mais outro PL em tramitação para alterar o nome da Praça General Milton Tavares de Souza (o Caveirinha). O nome para alteração já foi até escolhido pelos freqüentadores da praça na mobilização feita lá no último dia 09 de julho.

Outro PL que está tramitando é o PL 243/2013 que altera a denominação da Rua Doutor Sérgio Fleury para Rua Frei Titto. Este PL é de autoria de vários vereadores, puxado principalmente pelo Orlando Silva, resultado de diálogos acompanhados pela Coordenação de Direito à Memória e à Verdade. Este PL não está vinculado diretamente ao Ruas de Memória, mas tem princípios muito parecidos e acompanhamos esta tramitação também.

Qualquer outra dúvida, Lucena, pode entrar em contato conosco.

Um forte abraço,

Dyego Pegorario de Oliveira

Assessor

Coordenação de Direito à Memória e à Verdade


18.7.16

Acesso rápido à câmera é destaque em telefone com caneta “mágica”



“A primeira faz tchan, a segunda faz tchun, e ... tchan-tchan-tchan-tchan!!”

Se você tem menos de 30 ou 40 anos, provavelmente não vai se lembrar desse bordão marqueteiro.

Fez sucesso no final do ano passado, tanto que atravessou décadas: a propaganda que usava a frase surgiu em na primeira metade dos anos 1980 e ganhou versões até ao longo da década seguinte (talvez alguém ainda a tenha revivido neste século).

Era a frase de efeito de um comercial televisivo que anunciava um aparelho de barbear descartável que tinha duas lâminas. Vai daí, “a primeira faz tchan, a segunda faz tchun...”, e o rostinho do vivente fica aquela belezura.

Pois o comercial me veio à mente não por causa de algum desejo súbito de fazer a barba, que essas recaídas não me atingem, mas sim por causa de um telefone muito especial que venho avaliando nos últimos 15 dias.

Ele é cheio de mequetrefes, sobre os quais vou falar com mais detalhes um pouco mais para a frente. O que importa, mesmo, para quem corre na rua e gosta de fotografar, é que sua câmera de muito boa qualidade pode ser acionada quase instantaneamente, mesmo quando o aparelho está no modo descanso.

Basta clicar duas vezes no botão Iniciar e ... voilà!, a câmera toma conta da telona de 5,7 polegadas (mais de dez por cento maior do que a tela de meu celular, que é de 5,1 polegadas). Explica-se, assim, a simetria com a propaganda do aparelho de barbear: o primeiro clique faz tchan, o segundo faz tchun e... tchan-tchan-tchan-tchan!!!

Considerando os meus padrões de trabalho, a câmera do Galaxy Note5, o aparelho que avaliei, é ótima. O zoom é de 8x –o dobro do oferecido pelo meu celular S5.

Claro que é preciso segurar o aparelho com muita firmeza, se deseja uma foto sem tremores nesse grau de aproximação. O usuário ganha grande ajuda do sistema antitrepidação do Note5; as fotos que fiz com zoom total ficaram de razoáveis para boas.

De modo geral, as imagens produzidas com zoom 8x no Note5 ficaram melhores do que as que produzo com zoom 4x no meu celular. Isso dá uma boa medida da diferença de qualidade entre um e outro.

E a apresentação também fica mais bacana, pois a tela do Note5, além de ser maior, tem muito mais resolução: há mais pontos formando as imagens, o que as deixa com maior clareza, melhor definição.

Captura e edição de vídeos é um processo rápido, facilitado pela capacidade de processamento do aparelho, que tem dois processadores de quatro núcleos (o S5 carrega apenas um).

O mais importante, porém, na minha experiência, é o tal do acesso rápido, os dois cliques para chamar a câmera.

Nas minhas corridas, já perdi muita foto porque tive de ficar toureando o celular para fazer o aplicativa da câmera aparecer, clicar nele, aquela meleca toda.

Imagem capturada durante treino no Ibirapuera
 Não sei se isso é possível, mas a Samsung bem que poderia criar uma atualização para os aparelhos mais antigos permitindo essa facilidade de acesso à câmera.

Quando a gente não está correndo, o aparelho também é muito útil, e não apenas para surfar na internet ou jogar conversa fora nas redes sociais: também é bom para trabalhar.

Ele vem com uma canetinha digital, que fica embutida no corpo do aparelho e é solta do conjunto com um simples toque.

Com a tal caneta, dá para a gente desenhar ou escrever na tela; donos de dedos desengonçados, como eu, podem usar a caneta para batucar com mais precisão nos teclados virtuais do Note5.

Claro que o uso da caneta não é um passeio, ainda mais para usuários menos hábeis. Com o tempo e a experiência, porém, a gente aprende a aproveitar bem as qualidades do acessório.

O medo é perder a bichinha, esquecer de colocá-la de volta em sua espaço telefônico. Durante os testes, duas ou três vezes acabei deixando a dita cuja na mesa. Só me lembrei dela quando fui abrir um aplicativo de escrita...

A ponta da caneta sofre desgaste e precisa ser trocada de tempos em tempos –o conjunto vem com uma pequena coleção para troca e uma pinça para realizar o processo de retirada e recolocação.

 Imagem capturada sem utilização do zoom; abaixo, mesma cena, capturada do mesmo ponto, com aproximação de 8x

Como instrumento de trabalho, o Note5 vem com um conjunto de programas de escritório instalado: Word, Excel, PowerPoint e outros, tudo zero-oitocentos.

Apesar de maior e mais pesado do que meu celular de uso diário, o Note5 não é um mangolão. Consegui operá-lo com uma mão só, mesmo na produção de selfies (aliás, a câmera dianteira dele tem mais do que o dobro de megapixels que a câmera de selfies de meu S5).

O que complica é o preço: R$ 3.799 é o sugerido pela empresa. Pesquisa rápida que fiz na internet demonstra que é possível encontrar com desconto de mais de mil reais.

Não é um absurdo para essa categoria de aparelho, considerando os preços dos concorrentes, mas o preço sugerido é maior do que o salário mensal de um advogado ou analista de sistemas iniciante em empresa média de São Paulo.