“A primeira faz tchan, a segunda faz tchun, e ...
tchan-tchan-tchan-tchan!!”
Se você tem menos de 30 ou 40 anos, provavelmente não vai se
lembrar desse bordão marqueteiro.
Fez sucesso no final do ano passado, tanto que atravessou
décadas: a propaganda que usava a frase surgiu em na primeira metade dos anos
1980 e ganhou versões até ao longo da década seguinte (talvez alguém ainda a
tenha revivido neste século).
Era a frase de efeito de um comercial televisivo que
anunciava um aparelho de barbear descartável que tinha duas lâminas. Vai daí,
“a primeira faz tchan, a segunda faz tchun...”, e o rostinho do vivente fica
aquela belezura.
Pois o comercial me veio à mente não por causa de algum
desejo súbito de fazer a barba, que essas recaídas não me atingem, mas sim por
causa de um telefone muito especial que venho avaliando nos últimos 15 dias.
Ele é cheio de mequetrefes, sobre os quais vou falar com
mais detalhes um pouco mais para a frente. O que importa, mesmo, para quem
corre na rua e gosta de fotografar, é que sua câmera de muito boa qualidade
pode ser acionada quase instantaneamente, mesmo quando o aparelho está no modo
descanso.
Basta clicar duas vezes no botão Iniciar e ... voilà!, a
câmera toma conta da telona de 5,7 polegadas (mais de dez por cento maior do
que a tela de meu celular, que é de 5,1 polegadas). Explica-se, assim, a
simetria com a propaganda do aparelho de barbear: o primeiro clique faz tchan,
o segundo faz tchun e... tchan-tchan-tchan-tchan!!!
Considerando os meus padrões de trabalho, a câmera do Galaxy
Note5, o aparelho que avaliei, é ótima. O zoom é de 8x –o dobro do oferecido
pelo meu celular S5.
Claro que é preciso segurar o aparelho com muita firmeza, se
deseja uma foto sem tremores nesse grau de aproximação. O usuário ganha grande
ajuda do sistema antitrepidação do Note5; as fotos que fiz com zoom total
ficaram de razoáveis para boas.
De modo geral, as imagens produzidas com zoom 8x no Note5
ficaram melhores do que as que produzo com zoom 4x no meu celular. Isso dá uma
boa medida da diferença de qualidade entre um e outro.
E a apresentação também fica mais bacana, pois a tela do
Note5, além de ser maior, tem muito mais resolução: há mais pontos formando as
imagens, o que as deixa com maior clareza, melhor definição.
Captura e edição de vídeos é um processo rápido, facilitado
pela capacidade de processamento do aparelho, que tem dois processadores de
quatro núcleos (o S5 carrega apenas um).
O mais importante, porém, na minha experiência, é o tal do
acesso rápido, os dois cliques para chamar a câmera.
Nas minhas corridas, já perdi muita foto porque tive de
ficar toureando o celular para fazer o aplicativa da câmera aparecer, clicar
nele, aquela meleca toda.
Imagem capturada durante treino no Ibirapuera |
Não sei se isso é possível, mas a Samsung bem que poderia
criar uma atualização para os aparelhos mais antigos permitindo essa facilidade
de acesso à câmera.
Quando a gente não está correndo, o aparelho também é muito
útil, e não apenas para surfar na internet ou jogar conversa fora nas redes
sociais: também é bom para trabalhar.
Ele vem com uma canetinha digital, que fica embutida no
corpo do aparelho e é solta do conjunto com um simples toque.
Com a tal caneta, dá para a gente desenhar ou escrever na
tela; donos de dedos desengonçados, como eu, podem usar a caneta para batucar
com mais precisão nos teclados virtuais do Note5.
Claro que o uso da caneta não é um passeio, ainda mais para
usuários menos hábeis. Com o tempo e a experiência, porém, a gente aprende a
aproveitar bem as qualidades do acessório.
O medo é perder a bichinha, esquecer de colocá-la de volta
em sua espaço telefônico. Durante os testes, duas ou três vezes acabei deixando
a dita cuja na mesa. Só me lembrei dela quando fui abrir um aplicativo de
escrita...
A ponta da caneta sofre desgaste e precisa ser trocada de
tempos em tempos –o conjunto vem com uma pequena coleção para troca e uma pinça
para realizar o processo de retirada e recolocação.
Imagem capturada sem utilização do zoom; abaixo, mesma cena, capturada do mesmo ponto, com aproximação de 8x |
Como instrumento de trabalho, o Note5 vem com um conjunto de
programas de escritório instalado: Word, Excel, PowerPoint e outros, tudo
zero-oitocentos.
Apesar de maior e mais pesado do que meu celular de uso
diário, o Note5 não é um mangolão. Consegui operá-lo com uma mão só, mesmo na
produção de selfies (aliás, a câmera dianteira dele tem mais do que o dobro de
megapixels que a câmera de selfies de meu S5).
O que complica é o preço: R$ 3.799 é o sugerido pela
empresa. Pesquisa rápida que fiz na internet demonstra que é possível encontrar
com desconto de mais de mil reais.
Não é um absurdo para essa categoria de aparelho, considerando
os preços dos concorrentes, mas o preço sugerido é maior do que o salário
mensal de um advogado ou analista de sistemas iniciante em empresa média de São
Paulo.
No comments:
Post a Comment