10.12.15

Confira testes de nova geração de calçados de corrida da Mizuno

Olha, fazia uma data que eu não testava tênis da Mizuno. Posso estar enganado, porque até o Google às vezes se engana, mas em rápida pesquisa internética que fiz constatei que o mais recente texto sobre calçados da empresa japonesa em meu blog data de abril de 2008.

Naquela oportunidade, escrevi sobre o modelo Creation 7, que eu tinha recentemente comprado nos Estados Unidos  --como costumo fazer, aproveitei uma liquidação, pois a atualização da família já estava chegando às lojas, e o modelo 8 começava sua carreira de sucesso.

A linha Creation sempre foi de meu agrado. Não me lembro de ter corrido maratonas com esse calçado, mas, no início da década passada, tênis desse modelo estavam em meu rodízio de calçados –em cada processo de treinamento para maratona, costumo empregar três tênis de modelos diferentes, alternando o uso de dois deles nos treinos de até 20 quilômetros e deixando o terceiro, escolhido para a maratona, para rodar nos longos.

Coitado do Creation! 

Apesar de aprovar a qualidade do tênis, o texto que escrevi sobre ele detonava o desenho da sola do calçado  --como outros montados sobre a plataforma Wave, vem com aberturas que ajudam no “molejo”, no amortecimento.

No meu texto de 2008, que você conferir na íntegra clicando AQUI (tem de rolar a página até chegar ao ponto desejado), escrevi:

“O problema todo é aquela estrutura de espaços vazios no solado, apresentada como importante elemento para o amortecimento. Pode até ser, mas, quando você pisa de jeito em dejetos caninos, a porcaria se gruda na sola e entremeia a entressola, solertemente se infiltrando naqueles tais espaços.

“Não adianta esgravatar com palitinho ou galho de árvore, muito menos arrastar na grama, pois as fezes animalescas se encontram protegidas pelas camadas de ondas da sola. O único jeito é lavar mesmo os tênis completamente, não sem antes tê-los deixado sob forte jato de água.”

É bem verdade que, já naquela época, havia outros modelos de calçado de corrida que também ofereciam solados difíceis de limpar. Hoje em dia, por exemplo, só de olhar as lâminas alinhas na sola no Springblade, da Adidas, me dá medo: imagina ter de limpar aquilo tudo...

São coisas que vêm à cabeça de corredor que roda pela urbe, com seus problemas e dejetos. Mas é claro que eventual dificuldade para limpar não tem impacto sobre a qualidade do tênis...

De onde então saltamos no tempo e chegamos aos dias de hoje. Acabei de testar, durante cerca de duas semanas, dois modelos da Mizuno para corrida. 

Ambos são de linhas que já usei no passado; tênis confiáveis, capazes de enfrentar centenas de quilômetros.

Comecei com o Creation 17 –o último modelo dessa família que eu havia usado, como disse, foi o 7. 

Como era velho conhecido, experimentei o calçado direto em um treino longo, de 24 quilômetros –longo para meus parâmetros, pode ser que você considere isso apenas uma voltinha até a esquina, mas cada um com seu cada qual.

Não me dei mal. O calçado mantém as qualidades de conforto, firmeza e amortecimento. A parte da frente é ampla, com espaço mesmo para pés largos com os meus –isso é mais notável considerando que o modelo que a Mizuno enviou para testes foi de tamanho 11, e eu normalmente uso o 11,5.

Como outros calçados da empresa que usam a plataforma Wave, ele não é muito flexível; há quem possa até considerá-lo duro demais. Por causa de inflamação no meu pé esquerdo, eu uso uma palmilha de silicone sobre a palmilha original do calçado, o que me proporciona mais amortecimento. Mesmo assim, deu para sentir a pouca flexibilidade do modelo.

Com todos esses recursos, o Creation acaba sendo um tênis pesado, se comparado às linhas com maior flexibilidade de outros fabricantes; mas está na mesma ordem de grandeza de modelos neutros mais estruturados.

Segundo a fabricante, pesa 360 gramas, o que é muito similar ao peso do modelo que uso em maratonas (345 gramas). É desenhado para passada neutra ou supinada.

Fotos Divulgação
Mais leve, mais baixo, mais flexível e com um pouco menos de amortecimento, o ProRunner 18 também é voltado para corredores com passada neutra.

Na parte da frente do pé, ele é um pouco menos largo que o Creation. Recebi o tamanho 11 para testes –como o Creation—e ficou bem mais justo, ainda que não tenha chegado a ficar incômodo.

Talvez por causa de sua estrutura um pouco menor, a minha palmilha não ficou tão bem instalada como no Creation. Fiz testes com outra opção de proteção (ponto metatarsial em vez da palmilha) e os resultados foram bons.

Durante essas semanas de avaliação, usei o ProRunner em rodagens de até 16 quilômetros.

Nos trechos em descida e nas raras oportunidades em que procurei aumentar meu tartaruguesco ritmo, senti a sola ceder um pouco mais do que o esperado.

Não chegou a desabar, como acontece em calçados que apresentam flexibilidade exagerada ou muito molejo, mas respondeu como menos firmeza do que o Creation –o que é compreensível, considerando as diferenças construtivas entre os dois tênis.

Talvez o casamento dos dois modelos chegasse a um resultado mais próximo do ideal –se é que existe isso.

De qualquer forma, o ProRunner, a linha de corrida mais vendida da Mizuno, é um bom companheiro para treinos e mesmo corridas longas, até meia maratona.

Falei que era mais leve e mais barato que o Creation. Pesa 260 gramas, e a diferença, notável já pela simples observação, tem impacto na hora de correr por bastante tempo. Seu preço de lista é R$ 499,90 contra R$ 799,90 do Creation.

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