Para
completar nossa cobertura da maratona de Chicago, trago hoje para você a história
da melhor brasileira na Cidade do Vento. É uma mineira/paulista –nasceu em
Minas, mas nunca morou lá, vive, trabalha e corre no calorzão de Ribeirão
Preto.
Estou
falando de NAIARA FARIA XAVIER, 39, oftalmogista por profissão e corredora por
adoção. Como muitos de nós, ela começou a correr para manter o peso e ficar bem
de saúde, mas não era muito rigorosa nos treinos. Quando resolveu fazer uma
maratona, porém, a coisa mudou... A partir de agora, ela mesma conta sua
história, que já tem um momento de campeã.
“Comecei a
treinar para minha primeira e supostamente única maratona no final de 2010,
quando me inscrevi para a prova de Berlim, que faria no ano seguinte. Até então
mantinha uma rotina bem irregular de corrida e hábitos alimentares péssimos,
isso para colocar as coisas de forma delicada...
Procurei a
Gabriela Motta, nutricionista, e mudamos absolutamente tudo. Para minha feliz
surpresa, foi bem fácil seguir e gostar da nova alimentação.
Passei a
treinar de forma regular e fechei Berlim, em 2011, feliz da vida com 3h28. E aí
começaram os “problemas”: meu resultado dava índice pra Boston 2013, então
"bora" manter os treinos e alimentação adequados até lá e encaixar
uma prova em 2012.
Escolhi a
maratona de Porto Alegre, em que fui ainda mais rápida do que em minha estreia
em Berlim. Comecei a gostar dessa história de melhorar os tempos.
Em 2013
passei a treinar com o Rodrigo Inouye, e os resultados foram ainda mais
expressivos. Nesse ano de 2015, enfim, passei a considerar fortemente que seria
possível completar uma maratona em menos de três horas.
Me inscrevi
para Porto Alegre e Chicago. Na primeira, quebrei após o km 35 e fechei com 3h03.
Tirei um mês para "pé na jaca total" e voltei a sonhar com o sub3.
Fiquei mais
espartana com a dieta que a Gabi bolou e consegui "secar" bem. Me
desdobrei pra encaixar todos os treinos de fortalecimento e de corrida que o
Rodrigo passou e fui pra Chicago superconfiante.
Meu marido
não poderia me acompanhar, então viajei com uma amiga que também correria,
minha irmã mais velha e meu pai.
A cidade é
impressionante! Linda, arborizada, cheia de flores, impecavelmente limpa. O rio
e lago maravilhosos. As pessoas supereducadas e prestativas. Já estava
deslumbrada.
A prova foi
a cereja do bolo da viagem: organização perfeita desde a feira até a festa
pós-prova. Doze mil voluntários sorrindo e trabalhando incansavelmente pra
tornar tudo excepcional.
Como eles
oferecem marcadores de ritmo para vários tempos, inclusive para completar em três
horas, decidi me ajeitar com esse grupo pra evitar o vento e aproveitar o ritmo.
Ledo engano:
não é possível evitar o vento em Chicago! Consigui acompanha-los até o km 41, e
ali já tinha certeza que o sub3 era garantido.
Eis porém
que surge uma subidinha, danada de maldosa, bem no finzinho. Resultado: 3h00min07.
Demorei uns 20 minutos para cair a ficha e aí chorei, chorei e chorei mais um
pouco...
Pode parecer
meio ridículo, mas, para mim, naqueles instantes soava bem razoável chorar de
soluçar!
Me acalmei, fui encontrar minha família e esperar a grande amiga
Fernanda terminar.
Eles já
sabiam o resultado pois meu marido foi mandando mensagens de texto o tempo todo
para atualizá-los. E avisou: “ela vai chegar bem tristinha”.
Na verdade,
eu já estava ficando feliz por ter feito uma prova bem redondinha e ter
melhorado o tempo em três minutos.
Todos já
reunidos, fomos comer e comemorar. Horas mais tarde, recebi uma mensagem me
contando que eu tinha sido a melhor brasileira!
Pensa numa
criança feliz... Eu não acreditava... Ainda mais lindo foi ver o orgulho do meu
pai.
Minha irmã avisou pra cada ser vivo que encontrou que a irmã dela tinha
sido a melhor brasileira em Chicago. Realização pra lá de completa. Incrível
como família e amigos conseguem melhorar TUDO!
Quanto ao
sub3, quem sabe mais pra frente? Agora esses oito segundos já não me parecem
tão ruins assim..."
... que orgulho!!! Minha irmã virou a melhor brasileira em Chicago !!!!
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