Minha turma
é demais.
Estou
falando dos homens e mulheres que, em nome de suas empresas e instituições,
decidiram apoiar com seu trabalho o projeto de devolver para o asfalto este
punhado de músculos, ossos e gordura que me tornei ao longo do tempo.
Eles
esticam, puxam, orientam, incentivam, reclamam, comandam, sorriem e, de vez em
quando, até aplaudem o nosso esforço para conquistar mais uma vez a tão querida
maratona.
Querida em
termos. A maratona é justa, ainda que perversa. É o que dizem, pelo menos. Se
você treinar para ela, se preparar direitinho, comer, dormir e escovar os
dentes três vezes ao dia, o que você treinou você faz no dia da prova.
Só que não.
Dá vento contra, dá frio na barriga, dá tremedeira, a gente bate no vizinho,
torce pé sem saber como, leva meia velha, leva meia nova, algum erro faz...
Sei
que, depois de mais de 30 provas de longa distância, ainda fico nervoso quando
digo a mim mesmo: chegou a hora, você vai treinar para uma maratona.
Ainda bem
que tenho esses apoiadores, o Instituto Vita e a Força Dinâmica.
O InstitutoVita eu conheci no final do século passado: o doutor Wagner Castropil, judoca
que tem no currículo a participação na Olimpíada de Barcelona, terminou de me
curar de minha primeira fratura por estresse, com o suporte da sensacional
fisioterapeuta Maris Noronha, que hoje segue caminhos próprios.
Já o povo
da Força Dinâmica me foi apresentado dez anos depois, por uma colega
jornalista, que tinha a turma na mais alta conta: “Ele me tiraram do bico do
corvo”, me disse ela quando reclamei de alguma das tantas dores que me afligem
ao longo dos anos.
No Vita, a
bem dizer, virei móveis e utensílios: talvez seja o paciente mais antigo na
instituição, que cresceu aos montes desde aquele tempo em que atendiam em
algumas salas na Capote Valente; hoje são várias unidades, incluindo uma
monumental no Anhembi.
Lá, quem
cuida dos meus ossos é o ortopedista Henrique Cabrita, que começou a me
acompanhar no início deste século. Nas primeiras consultas, dava até medo de
falar com o cara, que, além de ser gigante, é ex-jogador de rúgbi: “Menos que
fratura exposta é mimimi para ele”, rezava uma lenda apócrifa.
Que nada, o
sujeito é de uma gentileza sem par e, com o passar do tempo, até virou
maratonista =a estreia dele, em 2007,
está registrado em meu outro blog, que VOCÊ PODE CONFERIR AQUI (tem de rolar a
página até chegar ao texto sobre a maratona de Paris).
Na
reabilitação, o comando está com a osteopata Luciana Mameri, que todo mundo
conhece por Luca. Ela é formada pela
Escola Britânica de Osteopatia, onde também foi professora. Ficou em Londres
até 2007, atuando ainda na Clínica
Winchmore de Osteopatia, no Hospital Saint Leonards, no departamento de
pós-graduação do Hospital Chase Farm. Está no Brasil desde 2007 e começou a me
atender em 2011 –junto com o pessoal da Força Dinâmica, me deu esperanças de
voltar a correr maratonas (e, de fato, consegui correr duas em 2012 e uma em
2013).
Mas já falo
da turma da FD.
Antes, é preciso lembrar que, semana atrás de semana, quem me
desempena a coluna e ajeita o quadrado lombar é a fisioterapeuta Graziella
Candido. Apesar de superjovem, tem bastante experiência. Já trabalhou com
atletas olímpicos e hoje ajuda a juntar os cacos de gente como eu.
No Vita,
porém, a tarefa mais complicada talvez seja a da nutricionista Andrea
Matarazzo. Como a Grazi, tem menos da metade da minha idade. Às vezes me
pergunto, invertendo a questão da música: será que dá para confiar em quem tem
menos de 30 anos?
A minha
experiência mostra que dá, mas tenho dúvida se a experiência de Andrea como
corredora de aventura –-além de seu conhecimento científico, é claro-- será
suficiente para me ajudar a baixar a barriga, que venho cultivando com sorvetes
e chocolates. A culpa não é dela –ou talvez seja, quem mandou escolher paciente
tão turrão?
E chego
enfim à turma da Força Dinâmica, que é uma empreitada criada pelo
fisioterapeuta Marcelo Semiatzh, que atualmente trabalha no seu doutorado na
USP, e pelo treinador (ex-boleiro) Alexandre Blass, mestre em esporte de alto
rendimento pela Universidade do Porto, ambos profundos estudiosos do movimento
humano (foto a seguir).
A dupla
criou um método de avaliação da postura, da marcha e da corrida, desenvolvendo
proposta de como a gente deve aplicar a força no andar. O slogan do grupo, que
pode soar até meio poético, é “postura em movimento”. Para entender melhor,
confira alguns vídeos AQUI.
O certo é
que eles recuperam gente que já tinha perdido as esperanças de voltar a praticar
seu exercício predileto (como a minha amiga que pratica yoga e dizia estar “no
bico do corvo”).
Para mim, foi uma ajuda e tanto: começamos treinamento em maio
de 2011, quando praticamente só andava mancando, e corri uma meia maratona
inteirinha no segundo semestre, com direito até a sprint final.
Para tornar
mais palpável as teorias que desenvolveram, produziram o livro “Força Dinâmica
– Postura em Movimento”, que foi lançado no ano passado (saiba mais AQUI).
Marcelo
gosta de pedalar e adora fazer fotos, tanto para usar em seu trabalho de
avaliação postural quanto para se divertir. Alexandre tem o esporte no coração:
hoje corre quando pode e pedala para o trabalho quase todos os dias. Ele é que
prepara as planilhas e me orienta no treinamento –sobre isso ainda vou voltar
a falar bastante nas páginas deste blog.
Bueno, eis
aí um pouco do povo que está dando apoio e suporte para ajudar com que eu saia
do quase-sedentarismo e volte a pode me chamar de maratonista. Vamos ver se dá
certo.
Ah, antes
de você ir embora, saiba que tive também uma importante colaboração para
colocar de pé esse blog. O jornalista Gustavo Villas Boas, que trabalhou comigo no
caderno Informática, da Folha, deu algumas horas de seu tempo e adiantou ótimas
dicas para me ajudar a tourear os comandos do Blogspot. Hoje ele já não se
prende nas quatro(centas) paredes de uma redação; virou empresário empreendedor
e é um dos sócios do ótimo site de turismo “Muita Viagem” (confira AQUI um dos textos dele).
Vamo que
vamo!
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