Pronto, bastou você ver o título e já saiu me xingando,
dizendo que estou abusando, fazendo jornalismo marrom, investindo no
sensacionalismo. Ou talvez não: você é um apreciador da Maria Joana, como se
apelidava a maconha nos anos 1970, ou você é fã de carteirinha da Jane Fonda.
Bueno, eu sou fã de carteirinha da Jane Fonda (foto Reuters), mas não me
incluo entre os apreciadores da cannabis. De qualquer forma, achei interessante
a declaração da oscarizada atriz. Não porque joga água no moinho da turma do “Legalize
Já!” mas porque mostra que uma pessoa que ruma celeremente para os 80 anos pode
ter hábitos e atitudes costumeiramente atribuídos a gente com um quarto ou um terço
de sua idade.
Para ser fiel aos fatos, em entrevista à revista de luxo “DuJour”,
Fonda efetivamente disse que queima um baseado de vez em quando, mas deixou
claro que não é muito a sua praia. Não gosta, por exemplo, de fumar um e ir ao
cinema, porque perde seu poder de avaliação mais crítica: “Fico achando que é o
melhor filme do mundo e, mais tarde, quando me dou conta, me pergunto: o que eu
estava pensando?”, disse ela.
Nessa entrevista para a DJ e em outras conversas tidas
recentemente com a imprensa, Jane também deixa claro que não abandonou seu lado
militante e sua disposição de luta por um mundo melhor.
Ela assistiu, por
exemplo, a um documentário sobre ações deletérias de companhias petrolíferas na
África e logo entrou em contato com o diretor, Leonardo DiCapprio: “O que nós
podemos fazer agora?”
Uma das coisas que Jane faz é lançar o verbo contra a
discriminação sexual na própria área onde trabalha: “Precisamos deixar os estúdios
envergonhados por causa de seu machismo”, ela conclamou os colegas durante
entrevista para promover “Grace and Frankie”, uma série cômica que estreia em
maio no Netflix e tem Fonda e Lily Tomlin nos papéis principais.
Ela não se furta a abordar assuntos pessoais, como o envelhecimento.
Conta que fez plástica, sim, e que passou por cirurgias no quadril e no joelho, por problemas ligados
a osteoporose.
“A gente tem de se adaptar. Seria fácil para mim parar de
fazer exercícios depois das cirurgias e por causa das dores que sinto de vez em
quando. Mas quando, muito por vaidade pessoal, eu voltei a me exercitar,
percebi que caminhadas, natação, musculação e alongamentos faziam meus músculos
e articulações se sentirem muito melhor. Quando eu estava sedentária, a artrite
piorava –e meu humor também”.
O humor da ex-líder pacifista hoje está tão bom que, para
homenagear os 40 anos de uma amiga, mandou para ela um vídeo em que aparece pelada,
de quatro, em uma performance de seis segundos.
Sexo, por sinal, também não é tabu para a jovem
quase-octagenária. Depois de se separar do multimilionário Ted Turner (o criador
da CNN), ficou celibatária por sete anos. Aí, aos 74 anos (três anos atrás,
portanto), abriu o verbo para contar ao mundo que estava tendo na época a
melhor vida sexual de toda a sua vida.
Com o quê, vos digo, “Ave, Jane!
Vamo que vamo!
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