6.3.15

Aposentado vai à Terra Santa em busca da alegria da corrida


Na próxima sexta-feira, este seu velho blogueiro de barbas brancas estará participando da Maratona de Jerusalém, em plena Terra Santa, buscando reencontrar a alegria que a corrida sempre proporcionou a seus praticantes.

Ih, não me entenda mal. Meus planos e projetos estão mantidos, e também não virei crente ou fiel de repente.

A maratona de Jerusalém é um desses simpáticos e hospitaleiros evento-ônibus: além da desafiadora corrida de 42.195 metros, tem ainda meia maratona, corrida de dez quilômetros e ainda outros provas menores, incluindo uma provinha para toda a família participar junta.



E é realizada na cidade que três religiões consideram sagrada.

Texto do historiador Voltaire Schilling nos conta as razões de cada uma:

"Para os judeus, provavelmente os seus mais antigos habitantes, ela é a Eretz Israel, a terra dada por Jeová ao Povo Eleito, tendo Jerusalém, cujo terreno original foi tomado dos filisteus pelo rei Davi, como sua eterna capital (circa do ano 1.000 a.C.). Ela é a Terra da Promissão, o local que Deus apontou a Moisés como o lar definitivo dos judeus logo que eles conseguiram escapar do Egito, onde eram mantidos como escravos pelo faraó."

"Para os cristãos, Jesus Cristo, o messias, aquele que além de anunciar a chegada do Reino dos Céus sacrificou-se pelo bem da humanidade inteira, nasceu e morreu nela. O filho de Deus veio ao mundo em Belém, cresceu em Nazaré, pregou na Galiléia e foi crucificado em Jerusalém ( circa do ano 33). Local de onde logo ressuscitou para vir animar seus discípulos a que seguissem na difusão do Evangelho."

"Ela é também o Nobre Lugar dos muçulmanos, visto que foi do alto do Haram as-Sharif, o Domo da Rocha - situado na parte elevada de Jerusalém, que depois chamou-se de a Esplanada da Mesquita -, que o profeta Maomé, em espírito, foi encontrar-se com Alá nos céus, no episódio conhecido como a Jornada Noturna do Profeta."

Bueno, independentemente da fé –ou falta de fé—de cada um, o certo é que a região é prenha de vibrações, inclusive bélicas, pois lá continuam a se desenrolar os conflitos entre judeus e palestinos. Espero que fique em paz, e que este corredor possa usufruir das boas mensagens que atletas do mundo inteiro estarão mandando por lá.

Não vou correr a maratona, é claro –por enquanto, estou apenas começando meu treinamento , renascendo como corredor... Cheguei a pensar em participar da meia maratona, mas meu treinador e meu médico desaconselharam, depois de dores terem me deixado fora de combate por toda a semana passada.

Modestamente,  tentarei correr a prova de dez quilômetros. Será minha primeira corrida em quatro meses –todos eles muito atribulados--, a minha primeira corrida no ano.  Espero que ela me ajude a reencontrar a alegria de correr, pois participar de uma prova é sempre a culminância de um processo, é onde a gente testa os resultados do treinamento.

Vou me examinar a cada quilômetro, vou economizar, vou prestar atenção no terreno, vou sorrir para os companheiros de jornada, vou filmar tudo que estiver à minha frente. Em algum momento, espero, vou largar tudo de mão e mandar ver, me entregar à corrida e fazer das pernas coração.

Ao longo da próxima semana, trarei fotos, talvez pequenos filmes, impressões sobre a visita a Jerusalém. A história completa da corrida, porém, você poderá acompanhar na edição de abril da revista "O2", que foi convidada a participar da prova pelo Ministério do Turismo de Israel.

Espero que você goste.

Vamo que vamo!!! (Devagar, mas vamo!)


PS.: A foto que ilustra esta mensagem é apenas isso, ilustração, trata-se de um momento da maratona de Jerusalém no ano passado, e está disponível no site oficial da corrida. 

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