Na próxima sexta-feira, este seu velho blogueiro de barbas
brancas estará participando da Maratona de Jerusalém, em plena Terra Santa,
buscando reencontrar a alegria que a corrida sempre proporcionou a seus praticantes.
Ih, não me entenda mal. Meus planos e projetos estão
mantidos, e também não virei crente ou fiel de repente.
A maratona de Jerusalém é um desses simpáticos e
hospitaleiros evento-ônibus: além da desafiadora corrida de 42.195 metros, tem
ainda meia maratona, corrida de dez quilômetros e ainda outros provas menores,
incluindo uma provinha para toda a família participar junta.
E é realizada na cidade que três religiões consideram
sagrada.
Texto do historiador Voltaire Schilling nos conta as razões
de cada uma:
"Para os judeus, provavelmente os seus mais antigos
habitantes, ela é a Eretz Israel, a terra dada por Jeová ao Povo Eleito, tendo
Jerusalém, cujo terreno original foi tomado dos filisteus pelo rei Davi, como
sua eterna capital (circa do ano 1.000 a.C.). Ela é a Terra da Promissão, o
local que Deus apontou a Moisés como o lar definitivo dos judeus logo que eles
conseguiram escapar do Egito, onde eram mantidos como escravos pelo
faraó."
"Para os cristãos, Jesus Cristo, o messias, aquele que
além de anunciar a chegada do Reino dos Céus sacrificou-se pelo bem da
humanidade inteira, nasceu e morreu nela. O filho de Deus veio ao mundo em
Belém, cresceu em Nazaré, pregou na Galiléia e foi crucificado em Jerusalém (
circa do ano 33). Local de onde logo ressuscitou para vir animar seus
discípulos a que seguissem na difusão do Evangelho."
"Ela é também o Nobre Lugar dos muçulmanos, visto que
foi do alto do Haram as-Sharif, o Domo da Rocha - situado na parte elevada de
Jerusalém, que depois chamou-se de a Esplanada da Mesquita -, que o profeta
Maomé, em espírito, foi encontrar-se com Alá nos céus, no episódio conhecido
como a Jornada Noturna do Profeta."
Bueno, independentemente da fé –ou falta de fé—de cada um, o
certo é que a região é prenha de vibrações, inclusive bélicas, pois lá
continuam a se desenrolar os conflitos entre judeus e palestinos. Espero que
fique em paz, e que este corredor possa usufruir das boas mensagens que atletas
do mundo inteiro estarão mandando por lá.
Não vou correr a maratona, é claro –por enquanto, estou
apenas começando meu treinamento , renascendo como corredor... Cheguei a pensar
em participar da meia maratona, mas meu treinador e meu médico desaconselharam,
depois de dores terem me deixado fora de combate por toda a semana passada.
Modestamente, tentarei correr a prova de dez quilômetros.
Será minha primeira corrida em quatro meses –todos eles muito atribulados--, a
minha primeira corrida no ano. Espero
que ela me ajude a reencontrar a alegria de correr, pois participar de uma
prova é sempre a culminância de um processo, é onde a gente testa os resultados
do treinamento.
Vou me examinar a cada quilômetro, vou economizar, vou prestar
atenção no terreno, vou sorrir para os companheiros de jornada, vou filmar tudo
que estiver à minha frente. Em algum momento, espero, vou largar tudo de mão e
mandar ver, me entregar à corrida e fazer das pernas coração.
Ao longo da próxima semana, trarei fotos, talvez pequenos
filmes, impressões sobre a visita a Jerusalém. A história completa da corrida,
porém, você poderá acompanhar na edição de abril da revista "O2", que foi
convidada a participar da prova pelo Ministério do Turismo de Israel.
Espero que você goste.
Vamo que vamo!!! (Devagar, mas vamo!)
PS.: A foto que ilustra esta mensagem é apenas isso,
ilustração, trata-se de um momento da maratona de Jerusalém no ano passado, e
está disponível no site oficial da corrida.
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