27.3.16

A morte de Manoel e a luta pela democracia são temas de entrevista exclusiva com Franklin Martins

Franklin Martins foi meu primeiro chefe, quando cheguei a São Paulo, em 1981, para trabalhar no “Hora do Povo”, cuidando do noticiário nacional. Havia um editor-chefe, mas quem comandava a redação, dava a linha política, definia a manchete e animava a militância era Franklin.

Já o conhecia de outros carnavais, mas até então não sabia a verdadeira identidade daquele sujeito enorme –1,94 m de altura--, que falava calmo, com voz que parecia vir das profundezas de uma caverna, fazendo frases precisas, cativando o grupo que se organizava para ajudar no enfrentamento á ditadura militar.

Naquela época, para nós, ele era o Comprido –o apelido pegou tanto que nem puxando pela memória consigo lembrar do nome usado por Franklin nos encontros clandestinos em que se acertava a fusão dos nosso grupo de militantes do Rio Grande do Sul com o antigo MR8.

Na minha ignorância, nem imaginava que estava falando com o sujeito que fora um dos comandantes do sequestro do embaixador norte-americano em 1969 –ação inédita, pioneira: “Até aquele dia, o mundo contemporâneo nunca havia visto o sequestro de um diplomata por motivos políticos”, afirma o texto “O incrível sequestro de Charles Elbrick”, da revista “Superinteressante”.


A ação tinha razões bem claras, como demonstra manifesto assinado pelo Movimento Revolucionário 8 de Outubro e pela Ação Libertadora Nacional: “Com o rapto do embaixador, queremos mostrar que é possível vencer a ditadura e a exploração, se nos armarmos e nos organizarmos. Apareceremos onde o inimigo menos nos espera e desapareceremos em seguida, desgastando a ditadura, levando o terror e o medo para os exploradores, a esperança e a certeza da vitória para o meio dos explorados”.

Franklin passou a ser um dos combatentes mais visados pela ditadura militar. Em um dos cartazes de “Terroristas Procurados”, sua foto e identificação aparecem ao lado da imagem de Dilma Rousseff, hoje presidenta do Brasil.

Pois foi esse Franklin que conheci ao sair da chefia da sucursal gaúcha do “HP” para vir colaborar na redação central do semanário, na rua Vicente Prado, no coração do Bixiga, em uma das partes mais pobres daquela ajuntamento de cortiços.



Franklin não usava mais armas contra o regime militar. Fazia das palavras baionetas para ferir fundo a ditadura.

Nossa convivência na redação não foi longa.

Depois das eleições de 1982, em que o jornal se envolveu até a alma e que provocaram um “racha” no MR8, só vim a saber dele muitos anos depois, já em plena democracia, quando Franklin Martins seguia brilhante carreira como jornalista.

Analista político, comentarista de rádio e TV, em 2007 foi convidado pelo então presidente Lula a assumir a Secretaria de Comunicação Social. Ficou ministro até 2010.

Fora do governo, produziu a monumental história da música popular brasileira “Quem foi que inventou o Brasil?”, que tem como subtítulo “A música popular conta a história da República”. Fez e faz cinema, produz documentários, dá palestras pelo mundo afora –hoje, exatamente, está na França—e continua pensando o Brasil.

Em fevereiro, em uma das suas rápidas passagens por São Paulo, nos encontramos novamente. Nada de fazer reminiscências nem de lembrar dos tempos em que trabalhamos juntos naquela cafofo em uma ruela no Bixiga –meu destino de hoje, na 34ª etapa da CORRIDA POR MANOEL.

A caminhada de hoje começou com uma surpresa –quase um susto. Passava pelo viaduto da Dr. Arnaldo, sobre a avenida Sumaré, quando notei um movimento no ar, ao meu lado esquerdo.

Parecia alguém.

E era. Uma moça estava se equilibrando sobre o nada, elegantemente sentada sobre uma corda –ou faixa de tecido especial, sei lá—estendida desde o viaduto até o talude, o morrão da Sumaré. Entre ela e o asfalto duro, um vazio de pelo menos 20 metros. Fiquei com as pernas bambas só de olhar, mas, ainda assim, registrei a cena para a posteridade.



O caminho até a rua Vicente Prado percorreu a avenida Paulista, hoje paraíso dos ciclistas –à hora em que por lá passei, ainda não estava liberada para o povo caminhante. Desci a Brigadeiro, lembrando os botecos onde a gente comia o que o pouco de dinheiro que tínhamos pudesse comprar.

Não existe mais a padoca de esquina onde a gente devorava x-tudo, um sanduíche de proporções amazônicas, algo que só estômagos de jovens desabridos conseguem encarar.



Em contrapartida, continua de pé o belo castelinho da esquina da Brigadeiro com a Vicente Prado. O prédio foi tombado, está bonito, pintado como se fosse novo, parece bem cuidado. Não há indicação de o que funciona lá, apenas uma placa de aluga-se no pátio da frente.

A nossa ruela é muito parecida ao que era há 35 anos: cortiços, cortiços, cortiços, de vez em quando alguma casa de família individual. Construções antigas foram transformadas em uma casa de acolhida, e o sobrado em que funcionava o “Hora do Povo” abriga hoje algumas famílias, pelo que pude perceber de fora.



Das minhas lembranças solitárias, construídas em passadas na cidade, volto ao presente, ao reencontro com Franklin. Queria ouvir dele uma análise sobre o período em que viveu Manoel Fiel Filho, sobre a luta contra a ditadura militar. Principalmente, como foi a conquista da democracia pelos brasileiros.

“O movimento operário aqui em São Paulo, em 1973/1974, começou a se mexer, era coisa de bairro, oposição sindical, não tinha greve, não tinha nada, mas era a articulação. E havia movimento estudantil. Começou a ter em cima da morte do Vannucchi [Alexandre Vannucchi Leme]”, diz Franklin.

A eleição de 1974 teve um peso brutal do ponto de vista psicológico político. Até então, teve um período ali que ninguém estava sonhando em acabar com a ditadura. Você simplesmente queria evitar que o mundo amanhã fosse pior do que hoje. Era só isso, senão piora. E manter a peteca no ar, fazer alguma coisa.”

Algum resultado deu, como se viu em seguida, diz Franklin: “A eleição de 1974 teve um peso. O que acontece? Começa a ter um processo de retomada mais forte do movimento de massa. A morte do Herzog e o choque da morte do Herzog, e as manifestações, da igreja etc. Foi uma coisa de um impacto, deixou claro que o medo era enorme, mas a indignação estava começando a equilibrar.”

Na avaliação dele, “O povo brasileiro derrotou três ditaduras. Todas de características iguais: antipovo, poder concentrado nos altos comandos, mas de naturezas diferentes.”

A primeira foi de 1964 a 1968: “Era uma ditadura que procurava ter um arremedo na democracia, e aquilo fracassou por quê? Por causa das manifestações de 1968. Ficou evidente que aquele regime não sobrevivia. Eles perderam a classe média, começam as greves operárias, eles não tinham tinha um projeto para o país”.
A solução foi se transformar em ditadura terrorista. “Eles nos destruíram. Mas as eleições de 1974 marcam a derrota da ditadura terrorista. Nem nas piores condições eles conseguiram o consentimento e a adesão da maioria da população. Tinha um panfleto no Rio, feito pelo pessoal do MR-8: “O povo está calado, mas não está satisfeito”. Isso definiu o momento.”

Os assassinatos de Vladimir Herzog, em 1975, e Manoel Fiel Filho, logo no início de 1976, aprofundam a divisão nas Forças Armadas, na sustentação militar da ditadura.


“1974 deixa claro, para o setor mais estratégico das Forças Armadas que era necessário encontrar uma saída porque aquilo era insustentável. Aí eles começam a ter as divisões porque o setor tradicional da tigrada não queria largar o osso. Não só o pessoal do aparelho de segurança, mas o pessoal que se apoiava nos aparelhos de segurança para fazer política no alto comando, a Linha Dura. Esses caras todos começaram a querer enfrentar o Geisel. Que os enquadrou, demitiu o Ednardo, depois o Sílvio Frota.

Mas o regime continuou matando, lembro eu. Depois de Vlado e Manoel, houve a Chacina da Lapa, em que foram mortos três dirigentes do PC do B.

Franklin continua: “Eles tinham uma lógica, que era exterminar o comunismo. Havia gradações. A esquerda armada era mais perigosa porque ameaçava eles, mas o que eles queriam era quem ameaçava e quem não ameaçava. Eles queriam liquidar porque havia uma coisa de fundo que tem um pouco a ver com a Guerra Fria, tem um pouco a ver com o pensamento cavernoso de direita que eles representavam. Era uma coisa nazista mesmo. Era uma corrida contra o tempo. Eles queriam exterminar tudo antes de fazer a Abertura. Quando eles exterminavam eles enfrentavam reações. Quando eles enfrentavam reações, a Linha Dura passava do ponto que eles queriam. Iam mais longe porque queria paralisar a Abertura. É um processo mais complexo, não eram dois atores só. Eu acho que acabou se criando aquele negócio: a ditadura não tinha mais projeto. Isso depois de 1976. 1977, 1978, vai ficando evidente, ela não tem mais projeto, ela não sabe mais o que fazer. O lado de cá não tem força para substituir. A Linha Dura não tem força para obrigar a parar o processo de democratização que estava ocorrendo na sociedade. Ao mesmo tempo, o núcleo da ditadura não tinha força ou não tinha vontade de jogar fora a Linha Dura. Queria ter na manga porque era um jogo complexo. Por isso se levou sete, oito anos acabando com a ditadura que já tinha acabado do ponto de vista estratégico. É uma coisa terrível. No final a discussão era como que acaba com o que já tinha acabado. É por isso que acontecem os atentados terroristas, tudo é uma tentativa de frustrar o processo.”


Um processo que ganha força especialmente a partir de 1977: “É um ano de inflexão. No dia 30 de março, os estudantes saem da USP e vão até o Largo de Pinheiros, cinco mil estudantes. Primeira manifestação de rua desde o AI-5 [Ato Institucional-5]. Antes você tinha tido dentro da igreja, manifestação de rua. Não foi reprimida. Foi uma tensão na cidade [NR.: maior engarrafamento da história, 70 mil policiais envolvidos, mais de 400 carros usados pela polícia na tentativa de impedir a passeata]. No mesmo dia tem a votação da Emenda Constitucional para enquadrar o Judiciário. E o Congresso dá maioria, mas não dá 2/3, portanto não passa. Dias depois, três, quatro dias depois vem o Pacote de Abril.”

Apesar da repressão e do cerceamento das atividades políticas, da tentativa de enquadrar e limitar até mesmo a ação partidária permitida, cresce a reação contra a ditadura, como explica Franklin Martins:

“O movimento estudantil ganha um peso brutal. O movimento de bairro vai ganhando um peso. O trabalhador rural começa a ter peso. E chega 1978 o movimento operário com o ABC. E a luta pela Anistia. E as coisas vão saindo da mão deles. Eles fizeram o Pacote de Abril para nas eleições de 1978 segurar a derrota no nível aceitável. E conseguiram. Relativamente foram derrotados, mas não perderam a maioria. Foram derrotados perto do que era antes, a Câmara e tal. O que eu digo é o seguinte: até 1977 a ditadura estava na ofensiva e o movimento democrático estava na defensiva. A partir de 1977 isso se altera.”

“A pauta democrática não apenas uma questão do Estado, ela se estendeu para outros campos, uma série de outros temas: a condição cultural, a questão racial, a questão sexual, a questão do meio ambiente. Outros pontos vieram entrando, mas isso era sintoma do quê? Um aprofundamento, um alargamento do sentimento democrático. Apesar de todos os problemas, esse movimento se manteve unido. Não sob a direção dos setores que poderiam levá-lo mais longe. Ele se manteve unido, quem simboliza isso é doutor Ulysses [Ulysses Guimarães]. Mas ao mesmo tempo não é da conciliação. “Eu tenho que dar uma satisfação esse negócio de baixo porque ele é muito forte. Eu tenho que encontrar uma saída em cima porque nós não temos força para derrubar em cima.” Isso domina nas Diretas. Aí acabou a ditadura.”

Para Franklin, “o assassinato de Fiel Filho, a Chacina da Lapa, a morte de Herzog são as últimas manifestações de ofensiva do outro lado.”

Profundo estudioso e analista da história da música popular, Franklin escolhe uma canção para ilustrar esse processo: “Acho que a música é “Como Os Nossos Pais”, de Belchior. Ele diz, na mesma música: “Eles venceram e o sinal está fechado para nós que somos jovens” –ou seja, estávamos perdendo. Ao mesmo tempo, ele diz que não vai voltar para o sertão porque ele sente “vir no vento o cheiro da nova estação.” 


No entender de Franklin, a música reatrata "exatamente aquele momento. E Belchior não estava falando de política, ele estava falando de amor. A música é de 1976. Eu acho extraordinária a capacidade que ele tem de sintetizar aquele ponto de inflexão. Eu entendo que não era evidente para nenhum de nós, também nem para ele, mas ele sentia”.

É quando começa o último período ditatorial, na avaliação dele: de 77 até o final.

Para concluir nossa conversa, perguntei a Franklin sobre a importância de revisitar nossas história e qual é a avaliação dele sobre o momento que o país vive.

“O Brasil fez uma opção pela democracia. Demorou muito para construir, foi muito penoso, muito difícil construir isso. Mas, da mesma forma que foi muito difícil construir, é muito difícil voltar atrás. O Brasil é um povo, é um país muito mais democrático hoje do que era em 1964. Isso vale para a esquerda e vale para a direita também. Mesmo pessoas de direita, conservadoras, acham que tem que ter democracia. A gente pode achar que não, que tem os malucos hoje em dia. Mas esses malucos não representam a maioria da direita.”

Fotos Reprodução do Memorial da Democracia, parte do portal do Instituto Lula

E segue: “É muito importante reavivar sempre a memória. Nos últimos dois anos, coordenei no Instituto Lula um trabalho muito legal do Memorial da Democracia. As pessoas, quando vão, elas se impressionam. Eles admiram as pessoas que resistiram. Pegam repulsa pela ditadura. Todo esse trabalho é muito importante. O Brasil fez uma opção pela democracia, de uma forma penosa, durante a luta contra a ditadura, que não tem volta atrás”.


CORRIDA POR MANOEL – 34ª etapa

Destino: antiga sede do jornal HORA DO POVO em São Paulo, percurso de 9,28 km realizado em 2h04

Distância total já percorrida: 364,66 km


ADENDO ESPECIAL

Manifesto do Sequestro do Embaixador Norte-americano

“Grupos revolucionários detiveram hoje o sr. Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum lugar do país, onde o mantêm preso. Este ato não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos a bancos, nos quais se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; ocupação de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvê-los à luta do povo; explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores.

Na verdade, o rapto do embaixador é apenas mais um ato da guerra revolucionária, que avança a cada dia e que ainda este ano iniciará sua etapa de guerrilha rural.

Com o rapto do embaixador, queremos mostrar que é possível vencer a ditadura e a exploração, se nos armarmos e nos organizarmos. Apareceremos onde o inimigo menos nos espera e desapareceremos em seguida, desgastando a ditadura, levando o terror e o medo para os exploradores, a esperança e a certeza da vitória para o meio dos explorados.

O sr. Burke Elbrick representa em nosso país os interesses do imperialismo, que, aliados aos grandes patrões, aos grandes fazendeiros e aos grandes banqueiros nacionais, mantêm o regime de opressão e exploração.

Os interesses desses consórcios de se enriquecerem cada vez mais criaram e mantêm o arrocho salarial, a estrutura agrária injusta e a repressão institucionalizada. Portanto, o rapto do embaixador é uma advertência clara de que o povo brasileiro não lhes dará descanso e a todo momento fará desabar sobre eles o peso de sua luta. Saibam todos que esta é uma luta sem tréguas, uma luta longa e dura, que não termina com a troca de um ou outro general no poder, mas que só acaba com o fim do regime dos grandes exploradores e com a constituição de um governo que liberte os trabalhadores de todo o país da situação em que se encontram.

Estamos na Semana da Independência. O povo e a ditadura comemoram de maneiras diferentes. A ditadura promove festas, paradas e desfiles, solta fogos de artifício e prega cartazes. Com isso, ela não quer comemorar coisa nenhuma; quer jogar areia nos olhos dos explorados, instalando uma falsa alegria com o objetivo de esconder a vida de miséria, exploração e repressão em que vivemos. Pode-se tapar o sol com a peneira? Pode-se esconder do povo a sua miséria, quando ele a sente na carne?

Na Semana da Independência, há duas comemorações: a da elite e a do povo, a dos que promovem paradas e a dos que raptam o embaixador, símbolo da exploração.

A vida e a morte do sr. embaixador estão nas mãos da ditadura. Se ela atender a duas exigências, o sr. Burke Elbrick será libertado. Caso contrário, seremos obrigados a cumprir a justiça revolucionária. Nossas duas exigências são:

a) A libertação de quinze prisioneiros políticos. São quinze revolucionários entre os milhares que sofrem as torturas nas prisões-quartéis de todo o país, que são espancados, seviciados, e que amargam as humilhações impostas pelos militares. Não estamos exigindo o impossível. Não estamos exigindo a restituição da vida de inúmeros combatentes assassinados nas prisões. Esses não serão libertados, é lógico. Serão vingados, um dia. Exigimos apenas a libertação desses quinze homens, líderes da luta contra a ditadura. Cada um deles vale cem embaixadores, do ponto de vista do povo. Mas um embaixador dos Estados Unidos também vale muito, do ponto de vista da ditadura e da exploração.

b) A publicação e leitura desta mensagem, na íntegra, nos principais jornais, rádios e televisões de todo o país.

Os quinze prisioneiros políticos devem ser conduzidos em avião especial até um país determinado _ Argélia, Chile ou México _, onde lhes seja concedido asilo político. Contra eles não devem ser tentadas quaisquer represálias, sob pena de retaliação.

A ditadura tem 48 horas para responder publicamente se aceita ou rejeita nossa proposta. Se a resposta for positiva, divulgaremos a lista dos quinze líderes revolucionários e esperaremos 24 horas por seu transporte para um país seguro. Se a resposta for negativa, ou se não houver resposta nesse prazo, o sr. Burke Elbrick será justiçado. Os quinze companheiros devem ser libertados, estejam ou não condenados: esta é uma “situação excepcional". Nas "situações excepcionais", os juristas da ditadura sempre arranjam uma fórmula para resolver as coisas, como se viu recentemente, na subida da junta militar.

As conversações só serão iniciadas a partir de declarações públicas e oficiais da ditadura de que atenderá às exigências.

O método será sempre público por parte das autoridades e sempre imprevisto por nossa parte.

Queremos lembrar que os prazos são improrrogáveis e que não vacilaremos em cumprir nossas promessas.

Finalmente, queremos advertir aqueles que torturam, espancam e matam nossos companheiros: não vamos aceitar a continuação dessa prática odiosa. Estamos dando o último aviso. Quem prosseguir torturando, espancando e matando ponha as barbas de molho. Agora é olho por olho, dente por dente.”


Ação Libertadora Nacional (ALN)
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8)

1 comment:

  1. MOntado a Farsa das Torturas, então porque as fotos dos "TERRORISTAS" mortos ao reagirem à prisão, apareceram depois no DOPS, com os corpos cobertos de hematomas, mancha negras, todo tipo de fraturas, e marcas óbvias de tortura por todo o corpo?, alguém me responde?

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