7.2.17

Aos poucos, jornalista fraturado chega perto de atingir primeira meta e quer festejar os 60 anos e 600 km correndo com você

Esta mensagem é um convite especial para você, pessoal e intransferível, mas totalmente compartilhável e ampliável (isso significa que você pode levar quem você quiser e também passar adiante este chamado).
Ocorre o seguinte fato: apesar de todas as dificuldades e perrengues, tudo indica que vou completar seiscentos quilômetros antes mesmo do dia de meu aniversário de sessenta anos. A etapa final será neste domingo, dia 12. A partir das 9h30 estarei em frente ao prédio da Gazeta (avenida Paulista, 900); às 10h, parto para uma volta de cinco quilômetros na Paulista. Será um prazer e uma honra ter a sua companhia nesse momento de alegria e conquista. Se não quiser correr nem caminhar, leve seu abraço amigo.
Não foi fácil chegar até aqui. Não está sendo fácil. Ainda não posso correr nem sequer um quilômetro direto –talvez seja capaz, mas o médico e o treinador não recomendam nem liberam. Todo o cuidado é pouco para propiciar ao corpo as condições necessárias para a regeneração de uma fratura por estresse no fêmur esquerdo.
Essa maldita me pegou bem quando eu estava afinando o planejamento para colocar no ar este projeto jornalístico-esportivo e cultural, que usa a corrida como ferramenta para discutir questões de saúde, qualidade de vida e inserção social dos maiores de 60 anos. Por causa dela, seria impossível fazer o programa tal e qual eu havia planejado.
Então modifiquei o programa. Comecei no dia 14 de novembro a perseguição aos seiscentos quilômetros. Como não podia correr, caminhava o quanto me permitia o médico –minguados três mil metros por dia durante um mês; depois um pouquinho mais de cada vez.
Correr mesmo só comecei neste ano, de forma absolutamente contida e calculada: blocos de 300 metros de corrida por 700 metros de caminhada. Hoje já faço, em alguns dias, blocos de 500 metros correndo por 500 metros caminhando –é deste jeito que vou completar a etapa final na avenida Paulista.
Por causa dessas limitações, cada nova manhã chegava com incerteza e insegurança. Durante 81 dias, fiquei sempre abaixo da meta prevista, apontada num belo gráfico criado especialmente para o projeto por Edgard José dos Santos, 69, veterano corredor e diretor da Corpore.


Só a dois de fevereiro, Dia de Iemanjá, a soma de meus esforços enfim não apenas alcançou a meta como superou a meta. Fiquei muito satisfeito, bati no peito como Tarzan, fiz uh-hú em silêncio contido e segui em frente.
Para muitos corredores, o exercício que venho fazendo pode ser pouco. Para outros, pode parecer impossível. Para mim, é um desafio, uma jornada inédita. Não quebro recordes nem me transformo em primeiro de coisa nenhuma, mas saio a cada dia para mandar um recado para o mundo: estou aqui, vivo, ativo e operante.
E tentando dar algum tipo de contribuição para o debate sobre a situação dos mais velhos em nossa sociedade.

Feliz da vida depois de um treino de corrida e caminhada no parque Ibirapuera

Tenho ouvido lideranças sindicais, médicos,psicólogos, atletas, especialistas os mais diversos –e não especialistas também—que contam suas histórias, apresentam suas análises, colocam na mesa suas sugestões para que melhore a vida dos maiores de sessenta anos.
Também meto minha colher torta no assunto, além de trazer minhas impressões sobre o que rola no mundo.
Nestes três meses, ajudei a organizar uma CORRIDA FORA TEMER e realizei vários treinos em homenagem a lutadores pela democracia, como Ísis Dias de Oliveira e os mártires da Chacina da Lapa.


Chorei com o Brasil e o mundo as mortes de Fidel, de dona Marisa Letícia Lula da Silva e do time da Chapecoense. E me alegrei com as vitórias do Grêmio e a conquista do penta da Copa do Brasil.

É o que pretendo continuar a fazer neste espaço, nas ruas e avenidas do Brasil e do mundo, nas trilhas e praias do planeta. 
Afinal, o desafio que se encerra neste domingo, a esperada conquista dos seiscentos quilômetros aos sessenta anos, é apenas uma etapa de minha jornada de entrada no mundo da velhice.
As corridas e caminhadas prosseguem ao longo deste ano em que completo sessenta anos. Até o final de 2017, pretende percorrer distância equivalente à de sessenta maratonas –2.532 quilômetros, dando de lambuja uns metrinhos a mais.
Espero continuar tendo sua companhia durante toda esta jornada.
VAMO QUE VAMO!!!


Percurso de sete de fevereiro de 2017
10,04 km percorridos em 1h57min06

Acumulado no projeto 600 aos 60
566,48 km percorridos em 112h58min44

Acumulado no projeto 60M60A
343,28 km percorridos em 65h59min51


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