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DESAFIO DE JORNALISTA APOSENTADO É CORRER UMA MARATONA NO ALASCA

Que ninguém se engane: sou um corredor experiente, ainda que lento. Já fiz mais de 30 provas longas, de maratonas até um enorme desafio de cem quilômetros, que me tomou mais de 15 horas para completar.

O tempo, a distância e o asfalto, porém, cobram seu preço em dores. Tenho hérnias, lesões musculares, estiramentos, encurtamentos, tendinites, fraturas, inflamações e unhas maltratadas.

Por tudo isso e mais um pouco, estou há quase dois anos sem condições físicas –e, não poucas vezes, psicológicas-- de sequer treinar para uma maratona.



O pior é que o tempo não para, como provam minhas barbas brancas. Em agosto passado, depois de diversas idas e vindas ao INSS, documentos recuperados, declarações de empresas, retificação de dados e não-sei-mais-o-quê, finalmente entrei na maravilhosa –-terrível? apavorante?—condição de aposentado por tempo de contribuição (foto Rivaldo Gomes/Arquivo Pessoal).

Mereci. Meu primeiro registro em carteira é de fevereiro de 1975, dias depois de ter completado 18 anos. Trabalhei num banco, fazendo conferência de dados de empréstimos da carteira rural. Depois fiz traduções, dei aulas e enveredei afinal pelo jornalismo, em que milito há quase 40 anos.

Fui noticiarista, redator de programa de rádio, repórter de buraco de rua e morte na esquina. Durante a ditadura, vi na escrita o caminho para a liberdade: trabalhei na imprensa sindical e em jornais de oposição, estive em reuniões clandestinas e em manifestações de rua.

A redemocratização me pegou casado e com duas filhas. Enveredei pelo que chamávamos então de grande imprensa. Um recomeço: de novo repórter, passando a editor-assistente, chefe de reportagem e, por muitos anos, editor.

Foi um longo período de sedentarismo, décadas a fio. Depois dos 40 anos, comecei a correr. Um pouquinho hoje, mais um tanto amanhã; quando vi, estava fazendo maratonas, apaixonado por um esporte em que cada passo é uma conquista, uma realização. Viajei o mundo para correr, escrevi livros, derramei encantos e emoções por espaços virtuais e páginas de jornal.

Ficar sem correr é um martírio. Os últimos meses de dores me deixaram mais gordo, mais fraco, menos determinado, menos capaz, mais triste. Preciso virar o jogo.

Por isso inventei este desafio: a primeira maratona como aposentado. Tendo a corrida como meta, vou tentar enrijecer e emagrecer, ficar mais flexível e mais feliz, mais forte e mais rápido. Se tudo der certo, em junho próximo estarei na largada de uma prova no Alasca.

Não começo sozinho. Minha mulher e minhas filhas são inspiração, apoio, carinho, fonte de vida e calor.

Há mais. Para enfrentar as dores, consertar os defeitos do corpo, combater a gordura e aprender a comer melhor, tenha a ajuda do sensacional povo do Instituto Vita; para orientar meu treinamento e preparação física, conto com o apoio, suporte e companheirismo do excelente pessoal da Força Dinâmica –ao longo dos próximos meses, você vai conhecer melhor cada um deles.

Não menos importante: espero ter sua honrosa companhia nessa jornada, que contarei nestas páginas. Vou falar de treinamento e saúde, entrevistar especialistas e outros veteranos corredores, discutir a aposentadoria, as dores e os prazeres da vida depois dos 50 –dos 60, dos 70...--, trazer dicas para quem também quer (re)começar.

Venha comigo. Gostaria muito de ouvir suas críticas e sugestões, saber de suas dúvidas, comemorar seus feitos. O convite está feito, agora é hora de partir para a rua.

Vamo que vamo!

7 comments:

  1. Força garoto, sempre terá um fator surpresa para seguir em frente.

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  2. Força garoto, sempre terá um fator surpresa para seguir em frente.

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  3. Show..... to me amarrando..... VQV

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  4. Parabens! Tenho certeza que conseguirá. Tenho 58, aposentado e pretendo me preparar para uma maratona depois que me curar de uma tal de Síndrome da Banda Iliotibial, nome esquisito, mas dói prá caramba. Grande abraço!!

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