17.11.16

Algumas reflexões sobre o sono e a origem da árvore de Natal

Hoje acordei tarde. Bem tarde, para meus parâmetros: quase nove e meia da manhã, um inesperado sol já alto no céu paulistano, que nos últimos dias tem sido dominado por nuvens cinzentas e negras, por chuva e vendavais.
Não é que eu tenha dormido demais. Ao contrário, acho que dormi pouco e mal. Uma tosse maldita, intratável e alucinante, tomou conta de mim exato na hora de deitar; nem pastilhas supostamente curativas e carregadas de anestésico para as irritações gargantuais deram conta do recado.
Acabei dormindo, acho eu, por pura inércia, cansaço geral tomando conta apesar das tossidas e das dores. São muitas, as dores, especialmente nos ombros e no alto dos braços, coisas de artrite, artrose e outras bexigueiras infernais que atacam quem já passou do cabo da Boa Esperança  na distância vivida.
Vai daí que dormir até mais tarde não necessariamente significa ter dormido bem. Eu quero é mais, confesso, e bem que me dei a preguiçar antes de botar as pernas para fora da cama.
Afinal, na rua estava mais quente do que gostaria se fosse correr. “Mas você não vai correr!”, me disse para mim mesmo, puxando as orelhas. “Vai caminhar, e bem pouquinho!!” Bom, pouquinho para alguns, muito para outros, a receita do meu ortopedista é de ficar por volta dos três quilômetros por dia para não atazanar ainda mais o joelho fraturado pelo estresse da distância e das horas corridas.
Caminhando no plano, deixei o pensamento sair por aí. As ideias deram voltas e aportaram de novo na questão do sono; fiquei cheio de caraminholas, lembrando ter ouvido dizer, ao longo da vida, que velho precisa de menos horas de sono.
Será verdade?
Pesquisei um pouco sobre o assunto e lamento informar que os resultados são inconclusivos. A internet está cheia de referências a um estudo realizado em 2010 na Clinical Research Center da Universidade de Surrey, no Reino Unido, envolvendo 110 adultos com boa saúde e sem problemas de sono ou outras doenças específicas.
Eu sempre fico de pé atrás com esse tipo de pesquisa, com tão poucos indivíduos examinados. Mas os especialistas parecem aceitá-las como válidas, tanto que o trabalho foi publicado na revista “Sleep”, que é o órgão oficial  da Academia Americana de Medicina do Sono.
O resultado: adultos com idades de 66 a 83 anos dormem cerca de 20 minutos a menos que adultos entre 40 e 55 anos, que por sua vez dormem 23 minutos a menos que adultos jovens (entre 20 e 30 anos). Não vi exatamente quantas horas de sono foram consideradas adequadas para cada faixa etária.
Tem um porém: no mesmo ano de 2010, saiu o resultado de outra pesquisa, esta realizada por um cientista norte-americano, indicando que idosos que dormem pouco podem ter a memória e outras funções negativamente afetadas.
Sean Drummond, psicólogo da Universidade da Califórnia, testou os efeitos do sono em 62 voluntários, divididos em dois grupos: um com idade média de 27 anos e, o outro, de 68. Todos passaram duas noites em um laboratório.
Ele constatou o seguinte, segundo disse ao jornal Daily Mail:  "Quanto mais (o grupo mais velho) dormir durante a noite, mais eficiente é a função cerebral no dia seguinte. Eles ficam mais capazes para aprender e lembrar o material novo. Considerando adultos jovens, a quantidade de sono não é tão importante".
Bueno, a rigor as duas pesquisas não são contraditórias; esta última reafirma a importância de dormir bem. Talvez, porém, dormir bem também tenha a ver com dormir bastante; em geral, a maioria das pessoas precisa de sete a nove horas de sono.
Foi o que consegui descobrir nesse breve intervalo entre o final da caminhada e o sentar em meu escritório para contar essas histórias para você.
No meu percurso, de novo pela superplana avenida Doutor Arnaldo, percebi que os pinheirinhos de Natal já começam a tomar conta das bancas no tradicional mercado de flores e plantas que embeleza aquela avenida.

Por enquanto, pelo que vi, há apenas árvores pequenas e médias, nada daquelas gigantescas para colocar em jardins ou dominar  a sala toda. Também não são muito caras, considerando a escalada que os preços podem ter quando chega mais próximo da data festiva: um vendedor que consultei me disse que oferecia arvorezinhas de R$ 60 a R$ 220. 
Vai vendo...
Meu viés perguntador não ficou satisfeito com as informações mercadológicas dadas pelo vendedor de flores; fiquei questionando qual seria a origem dessa tradição. Por quê, afinal, usamos árvore enfeitadas no período natalino. E outra: por que o pinheiro?
De novo me vali da internet para encontrar respostas. Tenho bem claro que não necessariamente os resultados são confiáveis, ainda mais considerando que minha pesquisa foi rapidíssima (se desse muito tempo a ela, ficaria sem tempo para escrever este texto para você; de novo o tempo, ora o tempo...).
Consultei meia dúzia de fontes, verifiquei que todas elas diziam mais ou menos a mesma coisa e resolvi oferecer para você a que mais me pareceu, se não verdadeira ou legítima, pelo menos curiosa e razoavelmente bem apresentada.
Tem ainda um mérito a mais: foi escrita por uma moça (senhora? menina?) que leva Lucena no nome. Não tenho a mínima ideia de quem seja a escriba, Márcia de Lucena Saraceni. O blog em que ela escreve, Sabedoria Universal, diz apenas que é uma “autora eventual” –não faz parte, portanto, dos “donos” do site.
O texto da moça (senhora? menina?) não traz fontes nem referências. Mas é curioso e, pelo menos a meu gosto, vale a leitura.
Publico a seguir um trecho; para ler o conjunto dessa obra de Márcia de Lucena, clique aqui.
O pinheiro enfeitado tornou-se tão familiar na época do Natal que nem sabemos sua origem, mas esta tradição tem raízes muito mais longínquas do que o próprio Natal. Este costume nada tem a ver com o mundo cristão. Ele derivou de uma celebração pagã.
“Há muitos, muitos séculos, os povos costumavam celebrar o solstício de inverno – que é um fenômeno astronômico usado para marcar o inicio do inverno no Hemisfério Norte e ocorre por volta do dia 21 de dezembro, quando o sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador. É considerado o dia mais curto do ano. Esta data tinha grande importância para diversas culturas antigas que associavam, simbolicamente, a aspectos como o nascimento ou renascimento e realizavam celebrações e festivais ligados às suas religiões.
“Nesta época, os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura.
“Os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas, como símbolo de triunfo da vida sobre a morte.
“Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maças douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.
“Os povos germânicos costumavam usar um pinheiro para celebrar esta data, e a árvore, sempre verde, simbolizava a energia vital e lembrava aos homens que, mesmo em pleno inverno, a natureza não está morta e se prepara para iniciar um novo ciclo de vida.
Com o que ficamos bem informados acerca das origens da árvore de Natal e podemos seguir para nossos afazeres outros.
Vamo que vamo!





600 aos 60 – etapa 4 – 2016 nov 17
3,35 km caminhados em 39min43
Quilometragem acumulada: 14,30 km
Tempo acumulado: 2h46min39



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