Hoje acordei tarde. Bem tarde, para meus parâmetros:
quase nove e meia da manhã, um inesperado sol já alto no céu paulistano, que
nos últimos dias tem sido dominado por nuvens cinzentas e negras, por chuva e
vendavais.
Não é que eu tenha dormido demais. Ao contrário, acho
que dormi pouco e mal. Uma tosse maldita, intratável e alucinante, tomou conta
de mim exato na hora de deitar; nem pastilhas supostamente curativas e
carregadas de anestésico para as irritações gargantuais deram conta do recado.
Acabei dormindo, acho eu, por pura inércia, cansaço
geral tomando conta apesar das tossidas e das dores. São muitas, as dores,
especialmente nos ombros e no alto dos braços, coisas de artrite, artrose e
outras bexigueiras infernais que atacam quem já passou do cabo da Boa
Esperança na distância vivida.
Vai daí que dormir até mais tarde não necessariamente
significa ter dormido bem. Eu quero é mais, confesso, e bem que me dei a
preguiçar antes de botar as pernas para fora da cama.
Afinal, na rua estava mais quente do que gostaria se
fosse correr. “Mas você não vai correr!”, me disse para mim mesmo, puxando as
orelhas. “Vai caminhar, e bem pouquinho!!” Bom, pouquinho para alguns, muito
para outros, a receita do meu ortopedista é de ficar por volta dos três
quilômetros por dia para não atazanar ainda mais o joelho fraturado pelo
estresse da distância e das horas corridas.
Caminhando no plano, deixei o pensamento sair por aí.
As ideias deram voltas e aportaram de novo na questão do sono; fiquei cheio de
caraminholas, lembrando ter ouvido dizer, ao longo da vida, que velho precisa
de menos horas de sono.
Será verdade?
Pesquisei um pouco sobre o assunto e lamento informar
que os resultados são inconclusivos. A internet está cheia de referências a um
estudo realizado em 2010 na Clinical Research Center da Universidade de Surrey,
no Reino Unido, envolvendo 110 adultos com boa saúde e sem problemas de sono ou
outras doenças específicas.
Eu sempre fico de pé atrás com esse tipo de pesquisa,
com tão poucos indivíduos examinados. Mas os especialistas parecem aceitá-las
como válidas, tanto que o trabalho foi publicado na revista “Sleep”, que é o
órgão oficial da Academia Americana de
Medicina do Sono.
O resultado: adultos com idades de 66 a 83 anos dormem
cerca de 20 minutos a menos que adultos entre 40 e 55 anos, que por sua vez
dormem 23 minutos a menos que adultos jovens (entre 20 e 30 anos). Não vi exatamente
quantas horas de sono foram consideradas adequadas para cada faixa etária.
Tem um porém: no mesmo ano de 2010, saiu o resultado de
outra pesquisa, esta realizada por um cientista norte-americano, indicando que
idosos que dormem pouco podem ter a memória e outras funções negativamente
afetadas.
Sean Drummond, psicólogo da Universidade da Califórnia,
testou os efeitos do sono em 62 voluntários, divididos em dois grupos: um com
idade média de 27 anos e, o outro, de 68. Todos passaram duas noites em um
laboratório.
Ele constatou o seguinte, segundo disse ao jornal Daily
Mail: "Quanto mais (o grupo mais
velho) dormir durante a noite, mais eficiente é a função cerebral no dia seguinte.
Eles ficam mais capazes para aprender e lembrar o material novo. Considerando
adultos jovens, a quantidade de sono não é tão importante".
Bueno, a rigor as duas pesquisas não são contraditórias;
esta última reafirma a importância de dormir bem. Talvez, porém, dormir bem
também tenha a ver com dormir bastante; em geral, a maioria das pessoas precisa
de sete a nove horas de sono.
Foi o que consegui descobrir nesse breve intervalo
entre o final da caminhada e o sentar em meu escritório para contar essas
histórias para você.
No meu percurso, de novo pela superplana avenida Doutor
Arnaldo, percebi que os pinheirinhos de Natal já começam a tomar conta das
bancas no tradicional mercado de flores e plantas que embeleza aquela avenida.
Por enquanto, pelo que vi, há apenas árvores pequenas e
médias, nada daquelas gigantescas para colocar em jardins ou dominar a sala toda. Também não são muito caras,
considerando a escalada que os preços podem ter quando chega mais próximo da
data festiva: um vendedor que consultei me disse que oferecia arvorezinhas de
R$ 60 a R$ 220.
Vai vendo...
Meu viés perguntador não ficou satisfeito com as
informações mercadológicas dadas pelo vendedor de flores; fiquei questionando
qual seria a origem dessa tradição. Por quê, afinal, usamos árvore enfeitadas
no período natalino. E outra: por que o pinheiro?
De novo me vali da internet para encontrar respostas.
Tenho bem claro que não necessariamente os resultados são confiáveis, ainda
mais considerando que minha pesquisa foi rapidíssima (se desse muito tempo a
ela, ficaria sem tempo para escrever este texto para você; de novo o tempo, ora
o tempo...).
Consultei meia dúzia de fontes, verifiquei que todas
elas diziam mais ou menos a mesma coisa e resolvi oferecer para você a que
mais me pareceu, se não verdadeira ou legítima, pelo menos curiosa e
razoavelmente bem apresentada.
Tem ainda um mérito a mais: foi escrita por uma moça
(senhora? menina?) que leva Lucena no nome. Não tenho a mínima ideia de quem
seja a escriba, Márcia de Lucena Saraceni. O blog em que ela escreve, Sabedoria
Universal, diz apenas que é uma “autora eventual” –não faz parte, portanto, dos
“donos” do site.
O texto da moça (senhora? menina?) não traz fontes nem
referências. Mas é curioso e, pelo menos a meu gosto, vale a leitura.
Publico a seguir um trecho; para ler o conjunto dessa
obra de Márcia de Lucena, clique aqui.
“O pinheiro enfeitado
tornou-se tão familiar na época do Natal que nem sabemos sua origem, mas esta
tradição tem raízes muito mais longínquas do que o próprio Natal. Este costume
nada tem a ver com o mundo cristão. Ele derivou de uma celebração pagã.“Há muitos, muitos séculos, os povos costumavam celebrar o solstício de inverno – que é um fenômeno astronômico usado para marcar o inicio do inverno no Hemisfério Norte e ocorre por volta do dia 21 de dezembro, quando o sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador. É considerado o dia mais curto do ano. Esta data tinha grande importância para diversas culturas antigas que associavam, simbolicamente, a aspectos como o nascimento ou renascimento e realizavam celebrações e festivais ligados às suas religiões.
“Nesta época, os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura.
“Os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas, como símbolo de triunfo da vida sobre a morte.
“Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maças douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.
“Os povos germânicos costumavam usar um pinheiro para celebrar esta data, e a árvore, sempre verde, simbolizava a energia vital e lembrava aos homens que, mesmo em pleno inverno, a natureza não está morta e se prepara para iniciar um novo ciclo de vida.”
Com o que ficamos bem informados acerca das origens da árvore de Natal e podemos seguir para nossos afazeres outros.
Vamo que vamo!
600 aos 60 – etapa 4 –
2016 nov 17
3,35 km caminhados em 39min43
Quilometragem acumulada: 14,30
km
Tempo acumulado: 2h46min39
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