30.11.16

Primeiro balanço de um joelho machucado e uma jornada

Minha caminhada de hoje rendeu exatos 3.140 metros, a crer no relógio com GPS que uso para acompanhar meus treinos. Assim, percorri neste mês 60.350 metros de um total sonhado de 600.000 metros. Comecei a jornada no dia 14 de novembro, tive desde então apenas um dia de folga e pretendo encerrar esta etapa no dia do meu aniversário de sessenta anos, 14 de fevereiro próximo.
Não vai ser fácil.
O percurso de hoje foi ao encontro do médico ortopedista-maratonista que acompanha meu projeto, Henrique Cabrita. Foi ele quem me liberou caminhar modestos três quilômetros por dia, esforço que não comprometeria o trabalho de meu corpo para se recuperar de uma fratura por estresse na ponta inferior do fêmur esquerdo.
Caminhei com medo. Será que ele avalizaria meu projeto? Diria que é muito arriscado, que não vai dar?
E a dor? Ele e o fisioterapeuta Marcelo Semiatzh, que também me acompanha, são unânimes em dizer que não posso andar com dor. Qualquer esforço tem de ficar aquém da dor; qualquer pontada exige parada...
Assim, acreditando que devagar se vai ao longe, comecei esse projeto caminhando, pensando em acumular forças e quilômetros até o dia primeira de janeiro, quando –imaginava eu—estaria liberado para correr, nem que fosse um pouquinho só de cada vez.
Ledo engano.
Tudo está melhor. O joelho já não está inchado, não há mais sinal de edema, a dor não é constante, ainda que apareça de vez em quando, mais vezes do que eu gostaria, sou obrigado e subir e descer escadas com cuidado redobrado, quase mancando, mas consigo fazer o processo sem dor.
O que não significa que vá seguir assim.
Por isso o médico decidiu que é melhor esperar ainda um pouco. Não dá para confiar só no tempo, é preciso avaliar o progresso antes de eu sair correndo por aí. Resumo: liberação ou não só depois de nova consulta, na primeira semana de janeiro.
Vou dizer que bateu um desespero. Será que serei obrigado a abandonar esse projeto antes mesmo de chegar a 2017?
No dia primeiro de janeiro de 2017, chova ou faça sol, vou dar a largada para tentar realizar a empreitada de percorrer distância equivalente à de sessenta maratonas no ano de meus sessenta anos –2.532 quilômetros. É o projeto 60 aos 60.
Antes disso está em andamento outra empreitada amalucada, de chegar aos 600 quilômetros até o daí 14 de fevereiro apesar de uma fratura por estresse no fêmur esquerdo – no conjunto que chamamos joelho.
Bueno, o médico não mandou que eu abortasse o projeto. Disse que talvez fique mais difícil do que eu imaginava. Em contrapartida, neste resto de ano de caminhadas, poderei tentar conquistar mais quilômetros: em vez de ficar nos limitados 3.000 metros por dia, propôs que a distância fosse aumentado a cada semana.
É um alento.
Vamos continuar, um passo de cada vez, um dia de cada vez, uma dor de cada vez, uma alegria de cada vez.
Vamo que vamo!



600 aos 60 – etapa 16 – 2016 nov 30

3,14 km caminhados em 39min33

Quilometragem acumulada: 60,35 km

Tempo acumulado: 12h19min35



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