O mundo amanheceu mais triste hoje, com a notícia da morte
de Fidel Castro Ruiz, até ontem o maior símbolo vivo, em nosso planeta, da
coragem, do heroísmo, da generosidade, da fraternidade, da gentileza, do
desprendimento e da disposição de trabalhar e de se entregar inteiro na
construção de um mundo mais justo e democrático, mais divertido e mais humano.
Herói dos trabalhadores e do povo, Fidel entra para a
história como um dos grandes arquitetos do mundo moderno, ao lado de Marx e
Lênin, Stalin, Mao e Ho Chi Min.
O anúncio da morte foi feito pelo seu irmão, Raul,
presidente de Cuba, às 22h29 de ontem, em transmissão pela TV cubana (ASSISTACLICANDO AQUI):
“Querido pueblo de Cuba:
Con profundo dolor comparezco para informar a nuestro
pueblo, a los amigos de nuestra América y del mundo, que hoy 25 de noviembre
del 2016, a las 10:29 horas de la noche, falleció el Comandante en Jefe de la
Revolución Cubana, Fidel Castro Ruz.
En cumplimiento de la voluntad expresa del compañero Fidel,
sus restos serán cremados.
En las primeras horas de mañana sábado 26, la Comisión
Organizadora de los funerales brindará a nuestro pueblo una información
detallada sobre la organización del homenaje póstumo que se le tributará al
fundador de la Revolución Cubana.
¡Hasta la victoria siempre!”
Minha caminhada de hoje foi chorosa e dolorida, dedicada a
esse gigante que povo os sonhos de adolescentes, homens e mulheres do mundo
inteiro ao anunciar, comandar, defender e garantir a revolução libertária, a vitória
contra tudo e contra todos. No início da adolescência, bebi e comi cada palavra
do livro “A Ilha”, de jornalista Fernando Morais, um dos primeiros relatos
públicos sobre a esperança socialista se tornando realidade concreta e apaixona
numa pequena ilha caribenha.
Fidel foi um formulador, gênio do discurso, advogado da
justiça. Se você não leu ainda, não deixe de conhecer a famosa peça de defesa
que produziu contra as acusações que lhe foram impingidas pela ditadura de Fulgêncio
Batista. Clique AQUI para saber um pouco sobre as circunstâncias do julgamento;
clique AQUI para ter acesso ao texto “A História Me Absolverá”, em espanhol.
O escritor Eduardo Galleano, autor de “As Veias Abertas da
América Latina”, retratou Fidel com as seguintes palavras:
“Seus inimigos dizem que foi rei sem coroa e que confundia a
unidade com a unanimidade.
“E nisso seus inimigos têm razão.
“Seus inimigos dizem que, se Napoleão tivesse tido um jornal
como o Granma, nenhum francês ficaria sabendo do desastre de Waterloo.
“E nisso seus inimigos têm razão.
“Seus inimigos dizem que exerceu o poder falando muito e
escutando pouco, porque estava mais acostumado aos ecos que às vozes.
“E nisso seus inimigos têm razão.
“Mas seus inimigos não dizem que não foi para posar para a
História que abriu o peito para as balas quando veio a invasão, que enfrentou
os furacões de igual pra igual, de furacão a furacão, que sobreviveu a 637
atentados, que sua contagiosa energia foi decisiva para transformar uma colônia
em pátria e que não foi nem por feitiço de mandinga nem por milagre de Deus que
essa nova pátria conseguiu sobreviver a dez presidentes dos Estados Unidos, que
já estavam com o guardanapo no pescoço para almoçá-la de faca e garfo.
“E seus inimigos não dizem que Cuba é um raro país que não
compete na Copa Mundial do Capacho.
“E não dizem que essa revolução, crescida no castigo, é o
que pôde ser e não o quis ser. Nem dizem que em grande medida o muro entre o
desejo e a realidade foi se fazendo mais alto e mais largo graças ao bloqueio
imperial, que afogou o desenvolvimento da democracia a la cubana, obrigou a
militarização da sociedade e outorgou à burocracia, que para cada solução tem
um problema, os argumentos que necessitava para se justificar e perpetuar.
“E não dizem que, apesar de todos os pesares, apesar das
agressões de fora e das arbitrariedades de dentro, essa ilha sofrida, mas
obstinadamente alegre, gerou a sociedade latino-americana menos injusta.
E seus inimigos não dizem que essa façanha foi obra do
sacrifício de seu povo, mas também foi obra da pertinaz vontade e do antiquado
sentido de honra desse cavalheiro que sempre se bateu pelos perdedores, como um
certo Dom Quixote, seu famoso colega dos campos de batalha.” (Do livro
“Espelhos, uma história quase universal”)
Aqui no Brasil, a presidenta eleita Dilma Rousseff publicou
a seguinte mensagem: “Sonhadores e militantes progressistas, todos que lutamos
por justiça social e por um mundo menos desigual, acordamos tristes neste
sábado, 26 de novembro. A morte do comandante Fidel Castro, líder da revolução
cubana e uma das mais influentes expressões políticas do século 20, é motivo de
luto e dor. Fidel foi um dos mais importantes políticos contemporâneos e um
visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa, sem
fome nem exploração, numa América Latina unida e forte. Um homem que soube unir
ação e pensamento, mobilizando forças populares contra a exploração de seu
povo. Foi também um ícone para milhões de jovens em todo o mundo. Meus mais
profundos sentimentos à família Castro, aos filhos e netos de Fidel, ao seu
irmão Raul e ao povo cubano. Minha solidariedade e carinho neste momento de dor
e despedida. Hasta siempre, Fidel!”
O ex-presidente Lula também manifestou seu pesar:
DESCANSE EM PAZ, COMPANHEIRO FIDEL
“Morreu ontem o maior de todos os latino-americanos, o
comandante em chefe da revolução cubana, meu amigo e companheiro Fidel Castro
Ruz.
“Para os povos de nosso continente e os trabalhadores dos
países mais pobres, especialmente para os homens e mulheres de minha geração,
Fidel foi sempre uma voz de luta e esperança.
“Seu espírito combativo e solidário animou sonhos de
liberdade, soberania e igualdade. Nos piores momentos, quando ditaduras
dominavam as principais nações de nossa região, a bravura de Fidel Castro e o
exemplo da revolução cubana inspiravam os que resistiam à tirania.
“Eu o conheci pessoalmente em julho de 1980, em Manágua,
durante as comemorações do primeiro aniversário da revolução sandinista.
Mantivemos, desde então, um relacionamento afetuoso e intenso, baseado na busca
de caminhos para a emancipação de nossos povos.
“Sinto sua morte como a perda de um irmão mais velho, de um
companheiro insubstituível, do qual jamais me esquecerei.
“Será eterno seu legado de dignidade e compromisso por um
mundo mais justo.
“Hasta siempre, comandante, amigo e companheiro Fidel
Castro.”
Encerro reproduzindo texto publicado no Portal Cuba. Tomo a
liberdade de colocar nele novo título, mas mantenho o original em espanhol.
Tenho certeza de que você vai entender tudo.
COMANDANTE EM JEFE, ORDENE!
“Fidel Castro murió. Cuba y millones de seres humanos
alrededor del mundo lloran hoy su partida.
“El hombre que dedicó toda su vida a luchar contra la
injusticia, que se erigió como el líder indiscutible de los que no tienen voz,
dejó de existir a los 90 años de edad.
“Desde hoy, su estrella legendaria de comandante brillará en
el firmamento, y su nombre quedará inscripto por siempre, como memoria
imperecedera de los que aspiran a un mundo más justo y mejor.
“Fidel, estudiante rebelde, abogado revolucionario,
comandante guerrillero, comunista convencido, líder de todo un pueblo que lo
siguió desde el primer día, dijo adiós a la vida dejándonos su ejemplo de
persistencia, su radicalismo y sobre todo, su luz eterna de pensador y
futurista, que dedicó casi 70 años de su vida a la construcción de su mejor y
más completa obra: la Revolución cubana.
“Amado por su pueblo y odiado por sus enemigos, Fidel
conquistó el respeto de todos, con esa fuerza moral que lo caracterizó durante
toda su vida, siendo protagonista de primera fila en los principales
acontecimientos que vivió Cuba en los últimos 60 años.
“El imperialismo jamás le perdonó su permanente irreverencia
ante la injusticia, su lealtad a los humildes y su fidelidad a la independencia
y soberanía de su Patria, de ahí que pretendieran asesinarlo en más de 600
ocasiones, pero nuestro Fidel era un hombre que estaba por encima de los deseos
mezquinos de sus enemigos, y sobrevivió victorioso a cada intento.
“Martiano hasta la médula, se inspiró en el Héroe Nacional
cubano, José Martí, para cimentar su pensamiento ideológico, que terminó siendo
la guía que tomó esta isla irredenta en el duro camino de la libertad.
“Aún nos cuesta asumir su muerte como un hecho real. Quizás
porque recordamos a Martí cuando afirmó que 'la muerte no es verdad cuando se
ha cumplido bien la obra de la vida'. Por eso Fidel jamás dejará de estar entre
nosotros, por las eternidades.
“A pesar que nos repitan mil veces que Fidel está muerto,
seguiremos repitiendo con gallardía: ¡Comandante en Jefe, Ordene!”
VAMO QUE VAMO!!!
600
aos 60 – etapa 12 – 2016 nov 26
3,74 km caminhados em 44min
Quilometragem acumulada: 47,01 km
Tempo acumulado: 1h29min47
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